Segunda-feira,
dia 10 de Outubro, celebrou-se uma vez mais o Dia Mundial da Saúde Mental, pela
primeira vez dedicado aos Primeiros Socorros Psicológicos. Na mesma semana,
António Guterres, antigo Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados,
é designado Secretário Geral da ONU, reforçando a necessidade e urgência na
protecção e apoio à população refugiada. Em menos de um mês, completa-se um ano
sobre os atentados terroristas em Paris.
Há uns meses
falei aqui acerca de quando coisas
terríveis acontecem... Todos nós, todas as comunidades, estamos sujeitos a
momentos de crise, a eventos potencialmente traumáticos. As consequências são
bem conhecidas, e passam pelo aparecimento ou acentuado agravamento de
perturbações do humor e ansiedade, abuso de substâncias, sofrimento psicológico
generalizado, necessidades sociais e desigualdades no funcionamento social.
Num momento em
que mais de 65 milhões de pessoas em
todo o mundo estão deslocadas devido a conflitos e/ou perseguições ( quase 7
vezes mais do que a população de Portugal; 1 em cada 113 pessoas no mundo; a
cada minuto, 24 pessoas recebem o estatuto de deslocadas ou refugiadas), em que
mesmo os países “seguros” se revelam tão inesperadamente vulneráveis (seja por
atentados terroristas, catástrofes naturais, ou simples acidentes), urge
falar-se de saúde mental, importa perceber como, no imediato, se pode ajudar as
pessoas a prevenir o agravamento do seu estado emocional, permitindo-lhes
vivenciar e superar da forma mais adequada e saudável possível as maiores
adversidades das suas vidas. Ainda que muitas pessoas lidem de uma forma
adequada e adaptativa em situações de crise, outras sentem-se sobrecarregadas,
confusas, receosas, tristes, zangadas, entorpecidas.
Os Primeiros
Socorros Psicológicos correspondem a uma resposta humana, solidária e prática a
pessoas expostas a diversos factores stressores e que possam necessitar de
apoio, sendo uma abordagem que visa ajudar as pessoas a recuperarem dando
resposta às suas necessidades básicas e demonstrando-lhes preocupação e
cuidado, de uma forma que respeite as suas vontades, cultura, dignidade e
capacidade. Os Primeiros Socorros Psicológicos envolvem a prestação não
intrusiva e prática de cuidados e apoio; a avaliação das necessidades e preocupações
das pessoas; o auxílio a pessoas em sofrimento a acederem a necessidades
básicas (como água e comida); ouvir, sem pressionar, o que as pessoas têm para
nos dizer; confortar as pessoas e ajudá-las a sentirem-se calmas; ajudar as
pessoas a obter informações, serviços e apoio sociais; proteger as pessoas de
danos adicionais.
Noções básicas de Primeiros Socorros Psicológicos, permitem que qualquer
pessoa, perante um evento de crise potencialmente traumático, possa intervir
junto de outros, prestando apoio a pessoas em intenso sofrimento psicológico e,
muito importante, a saber o que não dizer.
Intervém-se com mulheres, com crianças (meninos e meninas), homens, jovens e idosos. Todos podem beneficiar de Primeiros Socorros Psicológicos, ainda que alguns possam precisar de ajuda mais especializada
Intervém-se com mulheres, com crianças (meninos e meninas), homens, jovens e idosos. Todos podem beneficiar de Primeiros Socorros Psicológicos, ainda que alguns possam precisar de ajuda mais especializada
Ana Luísa Oliveira escreve de acordo com a antiga ortografia.
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