domingo, 27 de maio de 2018

Que Brinquedo oferecer ao meu Filho?



Escolher o brinquedo mais adequado para cada fase do desenvolvimento da criança é fundamental para estimular a sua curiosidade e as suas habilidades motoras e intelectuais, contribuindo para o seu crescimento.
O brinquedo ideal é aquele que representa um desafio para a criança que o recebe e que se encontra um pouco à frente do seu grau maturativo, sem no entanto ser demasiado avançado ao ponto de a poder desmotivar.  
A tabela seguinte dá a conhecer as aquisições e as aprendizagens inerentes a cada etapa do desenvolvimento infantil e os brinquedos mais indicados para cada faixa etária que contribuem para o desenvolvimento motor, cognitivo, emocional e social da criança.


DO NASCIMENTO AOS 2 ANOS

DOS 3 AOS 5 ANOS


DOS 6 AOS 8 ANOS

DOS 9 AOS 12 ANOS



Os brinquedos devem promover a estimulação dos sentidos, permitindo a experimentação por meio do tato, da audição, do olhar, do paladar ou do olfato. Os mobilies coloridos, colocados por exemplo sob o berço, estimulem  os sentidos através das suas formas, texturas e  sons.
Os brinquedos devem ser macios, coloridos, com diferentes texturas e produzir algum som, sem ser em exagero. Não devem ter peças pequenas e perigosas que se possam soltar e ser engolidas ou aspiradas, nem bordas afiadas que possam magoar.


Os brinquedos devem estimular o conhecimento, o raciocínio, a memória, a coordenação motora e também a imaginação.  As brincadeiras de faz de conta ajudam a simular a vida familiar e social das crianças, a representação de vários papeis, a encenação de conflitos e a elaboração dos mesmos
Podem ser inseridos jogos com regras fáceis, que permitam trabalhar o raciocínio e as emoções, e em que através do perder e do ganhar a criança possa começar a trabalhar a resistência à frustração.
Os brinquedos que estimulem brincadeiras ao ar livre e em grupo são igualmente importantes ao nível da socialização.


São indicados jogos de regras mais complexas e brinquedos que estimulem o espírito inventivo, a imaginação, o raciocínio lógico e conceitos matemáticos. As crianças devem ser estimuladas a ler e a realizarem atividades que envolvam habilidades físicas e que promovam a convivência em grupo e a aprendizagem social.

As crianças e pré-adolescentes começam a desenvolver habilidade específicas e a definir os seus gostos e os seus interesses, pelo que é conveniente indagar sobre isso. No entanto, importa continuar a estimular a sua capacidade de raciocínio e a sua criatividade.

Brinquedos Indicados

* mobilies coloridos
* brinquedos de berço
* chocalhos
* mordedores (aliviam o desconforto do nascimento dos dentes)
* chaves coloridas, rocas e  bolas com guizos
* brinquedos de borracha para apertar
 * brinquedos flutuantes, eletrónicos, de empilhar, blocos para encaixar e alinhar  que incentivam o sentar e o gatinhar
* bonecos e carrinhos 
* livros apelativos com imagens coloridas
* brinquedos que emitam som quando se pressiona um botão (relação de causa-efeito)

Brinquedos Indicados

* bonecas, casinhas, carrinhos
* animais de plástico (domésticos ou selvagens)
* cozinhas, quintas, meios de transporte
* conjuntos de pintura
* instrumentos musicais
* triciclos
* puzzles
* plasticina
* quadro negro com giz.
* jogos didáticos
* livros de contos infantis
* livros de atividades.
* legos e construções


Brinquedos Indicados

* jogos de tabuleiro
* jogos eletrónicos
* quebra-cabeças
* argila para moldar
* puzzles
* legos
* construções
* bicicletas
* bolas
* artigos de desporto
* conjuntos de pinturas      
* livros de contos infantis
* livros de atividades

Brinquedos Indicados

* livros
* instrumentos musicais
* jogos de mágica
* kits de química
* jogos eletrónicos
* música
* jogos de tabuleiro
* jogos de mesa
* artigos desportivos
.

Antes de comprarem um brinquedo para as crianças é importante os pais refletirem sobre as seguintes questões.
1 – O brinquedo incentiva o desenvolvimento de habilidades físicas ou intelectuais no meu filho?
2 - O brinquedo/jogo é adequado para uma interação com outras crianças ou jovens?
3 – O brinquedo permite-me brincar/jogar com os meus filhos?
4 - O retorno é proporcional ao investimento?
5 - O brinquedo é oferecido para promover o desenvolvimento dos meus filhos ou como uma forma de compensar a minha ausência?

Mais importante que os brinquedos em si são as próprias brincadeiras que podem ser feitas com poucos recursos, o essencial é usar a imaginação e meios que possibilitem a exploração de diferentes linguagens como a musical, corporal, gestual, escrita.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Quase Normal

Da Broadway para Lisboa, Quase Normal é a mais recente produção da Artfeist

Cantado em português, retratada o quotidiano de uma família que vive o problema de uma mãe bipolar.  À primeira vista, é uma família normal. Diana (Lúcia Moniz), a mãe, espera Gabe (Valter Mira), filho que já chega de madrugada. Dan (Henrique Feist), o pai, das escadas pergunta o que se passa. Afinal são 3h da manhã. A música que se começa a cantar indica que é apenas mais um dia na vida daquela família. Aparece a filha, que parece querer sair daquela “normalidade”. Natalie (Mariana Pacheco), a filha, prepara o recital. É nos ensaios que conhece Henry (André Lourenço). Parecem também ser diferentes, mas acabam por começar a namorar. A mãe vê pela janela o primeiro beijo. Mas algo volta a aparentar não estar bem, quando Diana deita para o lixo comprimidos. Parece estar com uma depressão.Também para o pai, parece estar tudo bem. Assim o canta. A sua mulher não lhe telefona constantemente e parece estar animada. Até o namorado da filha vai jantar lá a casa. Mas as aparências iludem. Afinal a mãe não está bem e não esqueceu o filho que morreu há 16 anos com oito meses.

Quase Normal é uma adaptação do musical rock "Next to Normal" escrito por Brian Yorkey e com música de Tom Kitt, estreou Off Broadway em 2008 e venceu o prémio dos Outer Critics’ Circle Award para Best Score (Melhor Partitura) e duas nomeações para os Drama Desk Awards nas categorias de Melhor Actriz e Melhor Partitura. Em 2009 chega à Broadway.

Uma mãe bipolar. Uma filha metida nas drogas. Não é fácil levar temas destes para musicais. Quase Normal fá-lo. Não é ligeiro, nem cai na monotonia em que muitas vezes se aborda estas temáticas. A perda de um filho pode deixar marcas para toda a vida. No caso de Diana chegou ao transtorno bipolar. É uma vida que já não vive, uma carreira de arquitecta que deixou para trás, irritações constantes, mudanças de humor, um filho morto que viu crescer e uma filha que nunca abraçou. A sua doença leva a que Natalie procure ajuda nas drogas. Um tema delicado que nunca é abordado de forma negligente. Um bom exemplo para iniciar uma discussão sobre estes assuntos.

https://espalhafactos.com/2016/10/30/quase-normal/


Quase Normal é a historia de uma família que pretende levar uma vida normal, e enfrenta a adversidade, passando por uma numerosa gama de emoções que afectam o público com intensidade, diverte com seu humor e o deixa, renovado e comovido pelas semelhanças que encontra entre o que ocorre em cena e o que passa no interior de suas próprias vidas.

Recomenda-se este musical que se encontra em cena no Teatro Trindade, em Lisboa, até dia 3 de Junho.

Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico

domingo, 13 de maio de 2018

Eu tinha um cão preto, o seu nome era depressão





A OMS (Organização Mundial da Saúde), em parceria com o escritor e ilustrador Matthew Johnstone, produziu uma animação que mostra de forma simples e direta o que é a depressão e, o mais importante, como é possível lidar com ela.
A figura de um cão preto foi usada pelo escritor inglês Samuel Johnson, em 1780, para descrever sua própria depressão e popularizada pelo primeiro-ministro britânico Sir Winston Churchill, que também enfrentou o problema.
Usando a metáfora do “grande cão preto” o vídeo explica alguns dos sintomas e como a depressão prejudica a vida de uma pessoa, numa abordagem sensível, delicada, às vezes poética e extremamente didática.
 O diálogo, a aceitação, o tratamento e até mesmo o exercício físico são grandes aliados na missão de transformar "o cão assustador" num "cão domesticado", por mais impossível que isso, às vezes, possa parecer.
O projeto foi realizado com o intuito de ajudar pessoas que sofrem ou conhecem alguém próximo que sofre de depressão.
Atualmente, a depressão afeta mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo e projeções da OMS estimam que no ano de 2030, entre todas as doenças, a depressão será a mais comum.

terça-feira, 8 de maio de 2018

Felicidade por Eduardo Galeano


Eduardo Hughes Galeano foi um jornalista e escritor uruguaio. É autor de mais de quarenta livros, que já foram traduzidos em diversos idiomas. As suas obras  combinam ficção, jornalismo, análise política e História.

Hoje deixamos no nosso blogue um pequeno excerto do livro "O teatro do bem e do mal", em que Galeano aborda o tema da Felicidade.

"Já se sabe que o dinheiro não produz a felicidade, mas também se sabe que produz algo tão parecido que a diferencia é assunto para especialistas. Contudo, a peste da tristeza está fazendo estragos nos países mais ricos. As estatísticas da Organização Mundial de Saúde informam que, agora, a depressão nervosa é dez vezes mais frequente do que há cinquenta anos nos Estados Unidos e na Europa Ocidental. As estatística revelam as vertiginosas mudanças ocorridas, no último meio século, nos prósperos países que todos querem imitar. A ansiedade de comprar e ser comprado, angústia de perder e ser descartado: nos centros do privilégio, as pessoas duram mais, ganham mais e têm mais, mas se deprimem mais, enlouquecem mais, embriagam-se mais, drogam-se mais, suicidam-se mais e matam mais".

Eduardo Galeano - O teatro do bem e do mal

terça-feira, 1 de maio de 2018

Perfeccionismo: um motor para a acção ou uma forma de paralisação?




O perfeccionismo pode ser definido, de uma forma geral, como a necessidade de ser ou parecer perfeito.
Nos vários domínios das artes e do saber muitas foram as personalidades que se destacaram pela busca da excelência e cujas características perfeccionistas contribuíram para a inovação que alcançaram e para o legado que deixaram.
Neste tipo de funcionamento é expectável a existência de padrões exigentes de comportamento e de realização, o que implica algum nível de stress mas também de motivação orientada para a ação e para fazer cada vez melhor.  Podemos caracterizar este perfeccionismo como útil e adaptativo que não compromete a funcionalidade e a adaptação do indivíduo.
Já um perfeccionismo excessivo, cujo grau e intensidade provocam sofrimento e disfuncionalidade, acaba por conduzir a uma atitude de paralisação e levar o indivíduo à procrastinação, dado o medo de falhar e de ser criticado pelos outros.
Nestes pessoas, o nível de exigência é tão grande no sentido de serem perfeitas, infalíveis e admiráveis, que o confronto com as suas obrigações se torna extremamente doloroso e angustiante, levando ao adiamento das mesmas.
Se por um lado, estas pessoas até reconhecem que têm competências, por outro lado, a possibilidade de errar e de não atingir o tal ideal de perfeição acaba por se sobrepor e gerar ansiedade, o que compromete a produtividade e a qualidade do trabalho.
 A comparação com os outros, que produzem mais porque não são tão exigentes e têm maior tolerância ao erro, acaba por levar igualmente à emergência de sentimentos de inferioridade e insuficiência, com  prejuízo ao nível da auto-estima.
No contexto de psicoterapia, esta é uma problemática bastante comum e que poderá estar presente em perturbações como a depressão, ansiedade ou perturbações alimentares, relacionando-se com um constante sentimento de insuficiência e de cobrança assente na lógica “eu tenho de ser, eu deveria ser, mas não consigo”.
Os eventuais erros ou falhas são hipervalorizados, contaminando toda a avaliação, nomeadamente os aspetos positivos do desempenho.
A psicoterapia nestas situações visa diminuir a culpa e a cobrança excessiva, de modo a que seja possível alcançar-se uma maior estabilidade emocional, satisfação pessoal e produtividade.