“A música é celeste, de natureza divina e de
tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição” – Aristóteles
A música (do
grego μουσική τέχνη - musiké téchne, a arte das musas) é uma forma de arte que
se constitui na combinação de vários sons e ritmos, seguindo uma pré-organização
ao longo do tempo. O campo das definições possíveis é na verdade muito grande,
existem definições de vários músicos e de musicólogos, mas podemos considerar
segundo estudos, que a música é uma linguagem universal, e faz parte da
história da humanidade desde as primeiras civilizações. Não se conhece nenhuma
civilização que não possua manifestações musicais próprias. Definir a música
não é tarefa fácil porque apesar de ser intuitivamente conhecida por qualquer
pessoa, é difícil encontrar um conceito que inclua todos os significados dessa
prática. Mais do que qualquer outra manifestação humana, a música contém e
manipula o som e o organiza no tempo.
De que forma a
música lhe toca? Como é a sua relação com a música? E se tivesse que escolher
10 músicas como a banda sonora da sua vida? Aceita esse desafio?
Existem inúmeros
estudos e cada vez mais, que comprovam os efeitos positivos da música no nosso
cérebro. E hoje, decidi trazer esta sugestão de reflectirmos e tornarmo-nos
mais conscientes sobre a influência que a música tem sobre nós, para a podermos
utilizar como um recurso para o nosso bem-estar.
Um dos desafios
é recordar de forma cronológica quais as músicas que nos foram marcando na
nossa vida, na infância, na adolescência, na juventude, na vida adulta... Um
outro é recordar associações de determinados momentos marcantes a determinadas
músicas, tal como uma viagem, umas férias, um aniversário, um momento, uma
pessoa... Um outro desafio será perceber as sensações que essas recordações nos
trazem. O que nos faz sentir quando ouvimos ao vivo aquela banda que seguimos
há 30 anos e quando tocam aquela nossa música favorita? Essa sensação é
indescritível? Pois é. Será pela sonoridade em si? Será pela história daquela música
e banda? Será pela familiaridade do som? Talvez por tudo isto e mais... E qual
a sensação quando estamos no meio do trânsito e de repente passa uma das nossas
músicas favoritas? Qual a sensação no final de um concerto que simplesmente
adorámos? E o que sentimos quando decidimos colocar uma música, que acabámos de
conhecer em modo “repeat”?
A música tem a
capacidade de alterar o nosso estado de espírito. O corpo reage às vibrações
dos sons, são despertadas sensações e emoções que interferem no funcionamento
de nosso organismo. Atinge a nossa parte motora e sensorial por meio do ritmo e
do som, e por meio da melodia, atinge a afectividade. A música proporciona alegria,
melancolia, tensão, energia, motivação, sensualidade, calma, tranquilidade... A
música tem um efeito quase mágico sobre as pessoas, algumas músicas motivam-nos
para correr uma maratona inteira, outras fazem-nos querer ficar na cama e a chorar,
e outras fazem-nos viajar no tempo.
A capacidade que
a música tem de despertar sensações e emoções, pode ser a base de um dos seus
maiores benefícios e um dos nossos recursos. E se conseguirmos identificar o
nosso estado de ânimo (tristes, zangados, desmotivados...), e percebermos que
tipo de música nos faz sentir melhor? Não poderemos efectivamente utilizar a
música como nossa aliada?
Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.