Tantas vezes
ouvimos falar, comentar ou aconselhar que temos que equilibrar a vida familiar
com a profissional, que temos que equilibrar a situação financeira, que temos
que equilibrar o tempo disponível entre responsabilidades e lazer...
Equilibrar, equilibrar, equilibrar.
A arte de
equilibrar faz-me lembrar um malabarista com imensas bolas. É preciso conhecer
a arte. Apesar de todos sabermos a importância do equilíbrio entre as várias
áreas da nossa vida, muitos de nós em determinados momentos nos
deparamos num desequilíbrio. E hoje aqui, debruço-me mais sobre o momento em
que olhamos para a situação de forma lúcida e vemos as nossas opções (áreas) a
serem “malabarizadas”, e quando sabemos que ultrapassámos o tal limite do
equilíbrio. Olhamos para a situação e sentimos que já não vamos aguentar muito
mais tempo neste equilíbrio forçado. A preocupação aumenta, os pensamentos de
que tudo vai cair em breve surgem, o prazer das tarefas em si diminuiu ou
desaparece e o esforço é cada vez maior e intenso. E coloca-se aqui a questão:
“Como deixar cair apenas 1 ou 2 bolas, enquanto continuo a equilibrar o resto?”
E quantas vezes surge a vontade de deixar cair tudo, largar tudo? Por norma,
quando nos encontramos num grande nível de cansaço e exaustão esse pensamento é
comum.
Quem não é um
malabarista nesta vida?
O que quero
trazer para reflexão, é a importância de nos irmos apercebendo que estamos a
introduzir algo a mais para equilibrar, e que isso pode colocar em causa o que
já tínhamos antes. É essencial percebermos e aceitarmos que não existem Super Heróis
e que efetivamente ao introduzir algo novo, teremos que abdicar de alguma outra
coisa, ou pelo menos abdicar do tempo que tínhamos para todas as outras coisas.
Por vezes surge
a ideia que largar algo é estar a falhar. Mas como se criou essa ideia de que
temos que conseguir dar resposta a tudo? Mesmo que isso signifique ultrapassar
o nosso limite? Onde está o nosso limite?
O
autoconhecimento é essencial para conseguirmos identificar as nossas
necessidades, as nossas prioridades e os nossos limites. Todos nós temos
necessidades, e todos nós temos limites, mas ter consciência deles, aceitar
para adotar os comportamentos e tomar as decisões que nos fazem bem é decidir
de forma ativa, focando-nos no que está ao nosso alcance, como nos queremos
cuidar.