terça-feira, 13 de julho de 2021

A arte do Equilíbrio

 
Tantas vezes ouvimos falar, comentar ou aconselhar que temos que equilibrar a vida familiar com a profissional, que temos que equilibrar a situação financeira, que temos que equilibrar o tempo disponível entre responsabilidades e lazer... Equilibrar, equilibrar, equilibrar.

A arte de equilibrar faz-me lembrar um malabarista com imensas bolas. É preciso conhecer a arte. Apesar de todos sabermos a importância do equilíbrio entre as várias áreas da nossa vida, muitos de nós em determinados momentos nos deparamos num desequilíbrio. E hoje aqui, debruço-me mais sobre o momento em que olhamos para a situação de forma lúcida e vemos as nossas opções (áreas) a serem “malabarizadas”, e quando sabemos que ultrapassámos o tal limite do equilíbrio. Olhamos para a situação e sentimos que já não vamos aguentar muito mais tempo neste equilíbrio forçado. A preocupação aumenta, os pensamentos de que tudo vai cair em breve surgem, o prazer das tarefas em si diminuiu ou desaparece e o esforço é cada vez maior e intenso. E coloca-se aqui a questão: “Como deixar cair apenas 1 ou 2 bolas, enquanto continuo a equilibrar o resto?” E quantas vezes surge a vontade de deixar cair tudo, largar tudo? Por norma, quando nos encontramos num grande nível de cansaço e exaustão esse pensamento é comum.

Quem não é um malabarista nesta vida?

O que quero trazer para reflexão, é a importância de nos irmos apercebendo que estamos a introduzir algo a mais para equilibrar, e que isso pode colocar em causa o que já tínhamos antes. É essencial percebermos e aceitarmos que não existem Super Heróis e que efetivamente ao introduzir algo novo, teremos que abdicar de alguma outra coisa, ou pelo menos abdicar do tempo que tínhamos para todas as outras coisas.

Por vezes surge a ideia que largar algo é estar a falhar. Mas como se criou essa ideia de que temos que conseguir dar resposta a tudo? Mesmo que isso signifique ultrapassar o nosso limite? Onde está o nosso limite?

O autoconhecimento é essencial para conseguirmos identificar as nossas necessidades, as nossas prioridades e os nossos limites. Todos nós temos necessidades, e todos nós temos limites, mas ter consciência deles, aceitar para adotar os comportamentos e tomar as decisões que nos fazem bem é decidir de forma ativa, focando-nos no que está ao nosso alcance, como nos queremos cuidar.