domingo, 9 de outubro de 2016

Aos professores que ainda habitam no nosso interior...


No passado dia 5 de Outubro celebrou-se o dia do professor. A data foi criada pela UNESCO em 1994 com o objetivo de chamar atenção para o papel fundamental que os professores têm na sociedade e na formação de mentalidades.
A celebração desta data, remeteu-me inevitavelmente para as minhas recordações do tempo de escola e de alguns professores em particular, pela forma como marcaram a minha vida e habitam no meu interior.
A professora Mariana, foi a minha primeira professora que me acompanhou da 1ª até à 3ª classe (na altura era assim que se denominava). Recordo-me da forma carinhosa e amiga com que nos ensinava as letras e depois as palavras e mais tarde a ler os pequenos textos. Também não me esqueço do dia em que, por estar distraída e a falar em demasia com a minha colega de carteira, me mudou para uma mesa sozinha, o que me deixou muito aborrecida mas foi graças a esse “castigo” que conheci aquela que viria a ser uma das minhas grandes amigas até hoje. A Tânia tinha chegado a meio do ano letivo e quando entrou na sala com a funcionária, logo me prontifiquei a convidá-la para se sentar no lugar vago que estava ao meu lado e durante os vários anos que se seguiram aquele passou a ser o lugar da Tânia. Quando no final da 3º classe recebemos a notícia que a professora Mariana não nos iria acompanhar na 4ª classe, lembro-me que a tristeza foi enorme mas a professora Alzira revelou-se uma agradável surpresa. Sempre bem disposta, ensinou-me ainda a fazer alguns trabalhos de costura mas a habilidade com a agulha não era muita. Já o gosto e o entusiasmo pela aprendizagem eram enormes, também por causa destas duas mestres que marcaram o início do meu percurso escolar. Recordo-me que quando estava na casa da minha avó Ana, adorava encarnar o papel ora de professora ora de aluna, tendo como material os livros antigos da primária da minha mãe e passava horas intermináveis nestas aulas imaginárias.
Podia falar de outros tantos professores, que por diferentes razões, habitam no meu coração mas no essencial, com este pequeno testemunho, gostava de dar conta da tamanha importância das relações entre professor e aluno, não só no processo ensino-aprendizagem mas também na forma como enriquecem o nosso espólio afetivo e deixam marcas na nossa vida.
Ser professor não se constitui como uma tarefa simples, antes pelo contrário, requer amor, competência e dedicação. O professor não é simplesmente aquele que transmite conhecimentos aos seus alunos, mas em primeiro lugar, deverá ser aquele que desperta curiosidades, que desafia o pensar e que incrementa o desejo do saber na e pela relação. 
A relação entre professor e aluno depende, fundamentalmente, do clima emocional estabelecido pelo professor, da relação empática com seus alunos, da sua capacidade de ouvir, refletir e discutir ao nível da compreensão dos alunos e da criação das pontes entre o seu conhecimento e o deles. 
Sendo uma figura tão influente no desenvolvimento dos alunos, constitui-se como um modelo na forma como aborda valores e questões éticas, gere emoções, transmite respeito, cordialidade e amabilidade e estimula a autonomia do pensar.
A sua influência na formação da auto-estima dos alunos é de suma importância e  reflete-se na forma como reconhece a individualidade de cada um, identifica os êxitos, reforça a auto-confiança, incentiva o desenvolvimento do potencial individual e apoia a ultrapassar dificuldades. Esta contribuição para a formação pessoal do aluno é de um valor inestimável na preparação para a sua vida futura, não só no seu desempenho escolar como nas várias áreas da sua vida.

Aos professores que contra todos os obstáculos continuam a abraçar esta grande missão com amor e competência e em especial aos meus queridos professores que habitam no meu interior e que contribuíram para a pessoa que sou hoje o meu muito obrigada!

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