terça-feira, 26 de setembro de 2017

Pensamentos que não nos largam...

- "Acho que estou a enlouquecer... há pensamentos absurdos que chegam até mim, sem eu fazer nada, e são horríveis! Tenho medo de perder o controlo e fazer algo de mau..."

Esta frase poderia ser de uma de várias pessoas que lutam diariamente contra os seus pensamentos.

Estes pensamentos/imagens que vêm à cabeça de uma forma incontrolável, são chamados de pensamentos obsessivos e, numa intensidade maior ou menor, todos nós já alguma vez tivemos na nossa vida. Durante períodos em que passamos por um estado emocional mais alterado esses pensamentos obsessivos podem estar mais tempo presentes e aumentarem de intensidade. Contudo, quando esses pensamentos condicionam a nossa vida e fazem diminuir a nossa qualidade de vida é essencial procurar apoio profissional.

Estes pensamentos, imagens ou impulsos, surgem de forma intrusiva, sem se saber como nem porquê, e apesar de muitos esforços, eles não desaparecem, são pensamentos que se intrometem indesejavelmente na nossa consciência, aparecem de maneira insistente e repetitiva e a estranheza dos seus conteúdos, origina um elevado desconforto, preocupação e mal-estar. 

Estes pensamentos para além de serem absurdos, podem ser mais incómodos e preocupantes, pelo medo de perder o controle e ter algum eventual impulso de se fazer mal a si ou aos outros, como por exemplo, saltar da janela, ou ferir pessoas. Alguns destes pensamentos ainda podem ser mais bizarros, assustando muito as pessoas. 

A preocupação e o mal estar que estes pensamentos criam, faz com que por vezes se viva à volta destes pensamentos, o que cria um grande cansaço e desgaste. Quando temos esses pensamentos, a nossa energia concentra-se neles e quanto mais pensamos, mais presentes eles se vão tornando. 

Ficam aqui algumas sugestões que podem ajudar a lidar e a gerir o mal estar que os pensamentos obsessivos vão criando:

·  Relaxar. Estes pensamentos intrusivos criam ansiedade e preocupação, por isso, é necessário ter um tempo para relaxar e procurar sentir algum tranquilidade em algum momento do dia. Quando sentir que um pensamento desse tipo invade a sua mente, não lute contra ele, tente apenas respirar profundamente e concentrar-se na sua respiração. Quanto mais os tentamos evitar, mais presentes e fortes eles se vão tornando.

·  Divertir-se. Faça uma lista de actividades que lhe criem prazer e satisfação. Tente fazer todos os dias alguma dessas actividades (Por exemplo: ouvir música, ler um livro, contemplar o mar, meditar, fazer uma actividade física). Assim, a mente mantém-se ocupada com coisas positivas.

·  Aceitar que não podemos controlar tudo, nomeadamente os nossos pensamentos; contudo podemos mudar a forma como lidamos e como gerimos essas situações.

·  Procurar apoio profissional para um tratamento adequado.


Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Morre Lentamente - Pablo Neruda



“Morre Lentamente” é um poema de Pablo Neruda, prémio Nobel da Literatura em 1971, que nos remete para a importância de estarmos atentos ao melhor que a vida tem para nos oferecer e de sabermos aproveitá-la da melhor maneira possível. 
Este é um exercício que exige esforço, já que muitas vezes somos empurrados para uma rotina e para uma monotonia em já não encontramos paixão e motivação. 
E é justamente aqui que “começamos a morrer lentamente” e onde no lugar de vivermos passamos somente a existir e a respirar. 
Redescobri o que nos move e nos apaixona, arriscar, sair da nossa zona de conforto, fazer novas aprendizagens, conhecer pessoas novas e fazer coisas diferentes, podem ser formas de despertarmos do marasmo e da apatia em que muitas vezes caímos e de nos voltarmos a sentir vivos e apaixonados pela vida. 

Morre lentamente 
quem se transforma em escravo do hábito, 
repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca 
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece. 
Morre lentamente 
quem faz da televisão o seu guru. 
Morre lentamente 
quem evita uma paixão, 
quem prefere o negro sobre o branco 
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, 
justamente as que resgatam o brilho dos olhos, 
sorrisos dos bocejos, 
corações aos tropeços e sentimentos. 
Morre lentamente 
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, 
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, 
quem não se permite pelo menos uma vez na vida, 
fugir dos conselhos sensatos. 
Morre lentamente 
quem não viaja, 
quem não lê, 
quem não ouve música, 
quem não encontra graça em si mesmo. 
Morre lentamente 
quem destrói o seu amor-próprio, 
quem não se deixa ajudar. 
Morre lentamente, 
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte 
ou da chuva incessante. 
Morre lentamente, 
quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, 
não pergunta sobre um assunto que desconhece 
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. 

Evitemos a morte em doses suaves, 
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior 
que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos 
um estágio esplêndido de felicidade

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Siddhartha - Hermann Hesse

“A tua alma é o mundo inteiro.” 
Este Verão li Siddhartha, de Hermann Hesse. Cativou-me desde da primeira página até ao final, sentindo uma brisa suave e agradável em cada folha que passava. A busca incansável pelo significado da vida, mas também a facilidade com que se abandona aquilo que já não faz crescer e, se contempla um novo caminho quando pouco ou nada se tem a que se agarrar.
Obra escrita pelo vencedor do prémio Nobel de Literatura em 1946, tendo sido a sua primeira publicação em 1922. O livro aborda a procura pela plenitude espiritual, e o alcance de estados em que a mente humana se encontra totalmente completa e plena.  
Uma história de esperança, de luta por conhecer quem somos e o que fazemos neste mundo.
 Aconselho vivamente esta leitura…
Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.