terça-feira, 24 de abril de 2018

A arte de apanhar ondas

Não nos sentirmos satisfeitos num determinado momento com o nosso trabalho, não nos sentirmos inteiramente felizes na nossa relação, não nos sentirmos assim tão bem com os nossos amigos... tudo isto pode acontecer de forma natural num determinado momento... A reflexão sobre a causa dessas insatisfações, assim como a partilha com as pessoas mais  próximas, pode ajudar a que essas sensações sejam ultrapassadas.

No entanto, se essas sensações estão presentes constantemente, com diversas pessoas e em várias situações e contextos, poderá ser essencial perceber o que está por detrás disso!

Algumas pessoas nestas situações sentem que estão num local que não escolheram, a fazer o que não lhes apetece, com alguém que já deixou de fazer sentido estar... e é como se tivessem acordado num lugar, sem saber onde.

Costumo utilizar a metáfora de uma onda. Podemos estar na praia e apanhar a nossa onda, sabendo mais ou menos em que direcção vamos, ou podemos aproveitar a boleia da onda de alguém... no entanto, o destino dessa onda tende a ser escolhido pela pessoa que inicialmente a apanhou. E se tendencialmente formos uma pessoa que apanha boleia? E se nos virmos constantemente a chegar a um destino que não nos faz muito sentido? 

Existem pessoas que podem estar nessa posição durante anos e anos, que encontram vários aspectos positivos de se apanhar boleia das ondas dos outros, e sentem-se bem dessa forma. A questão surge quando as pessoas não se sentem satisfeitas com a sua vida. Algumas não se apercebem do motivo e outras, mesmo depois de se aperceberem,  têm dificuldade em cortar com estes padrões de comportamentos. 

Existem diversas razões que influenciam uma pessoa a colocar-se nessa posição. No entanto, a tomada de consciência das nossas necessidades, dos nossos comportamentos e das consequência destes, ajudar-nos-á a compreender o que nos fará mais felizes e como nos reposicionar perante determinadas situações.


Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico

sábado, 14 de abril de 2018

Abril - Mês da Prevenção dos Maus-tratos Infantis




Desde o início do século XXI, o mês de Abril é assinalado como o Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância em muitos países.
 A Câmara Municipal de Lisboa, a Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco e a Associação de Mulheres Contra a Violência abordam esta questão em conjunto desde 2008, com uma campanha de alerta para a prevenção dos maus-tratos a que muitas crianças e jovens ainda estão sujeitos.
 Tendo em conta que a Organização Mundial de Saúde (OMS), assumiu que a violência é um dos mais graves problemas de saúde pública, pela sua dimensão e consequências a curto, médio e longo prazo, pretende-se que esta campanha agite consciências e ajude a integrar medidas ligadas a políticas de prevenção.
De acordo com a OMS, caracterizam-se como “abusos ou maus-tratos às crianças, todas as formas de lesão física ou psicológica, abuso sexual, negligência ou tratamento negligente, exploração comercial ou outro tipo de exploração, resultando em danos actuais ou potenciais para a saúde da criança, sua sobrevivência, desenvolvimento ou dignidade num contexto de
uma relação de responsabilidade, confiança ou poder”.
Os maus-tratos constituem-se como grandes problemas para o desenvolvimento das crianças, repercutindo-se mesmo ao longo da sua vida. Destaca-se a depressão, agressividade, abuso de drogas, problemas de saúde e infelicidade, anos depois de terem cessado os maus-tratos. 
É inequívoco que todos os cidadãos devem contribuir para a prevenção de maus-tratos na infância/adolescência. É consensual que os diversos problemas que as populações enfrentam na actualidade - questões relacionadas com a pobreza, habitação, emprego, escola, cuidados de saúde e outros sistemas comunitários - são factores de risco.
Os maus-tratos físicos, psíquicos e sociais constituem um fenómeno que afecta a criança/jovem, por acção ou omissão das pessoas que têm de cuidar dela, daquelas com quem convive habitualmente e da comunidade em geral. Neste sentido, pode afirmar-se que o fenómeno da criança maltratada corresponde, em sentido lato, a um problema de saúde pública que consubstancia, regra geral, uma forma de “hereditariedade social”.
Para que os serviços de saúde se tornem mais efectivos nesta matéria, é essencial a melhoria da aplicação dos mecanismos de prevenção da ocorrência dos maus-tratos, da detecção precoce das situações de risco e de perigo, do acompanhamento e prestação de cuidados e da sinalização e/ou encaminhamento de casos para outros serviços, sempre que se justifique, no âmbito de uma eficiente articulação funcional.
A sensibilização e o combate exige um esforço conjunto, de todos, e é preciso alargar o esforço e torna-lo cada vez mais transversal e eficaz na sociedade portuguesa.
As várias iniciativas desta campanha que decorrerem até ao final do mês de Abril na cidade de Lisboa e de entrada gratuita podem ser consultadas no seguinte programa.

http://www.cm-lisboa.pt/fileadmin/Noticias/ficheiros/Maus_tratos_2017_cartaz_A4__seM_MIRAS.PDF

terça-feira, 10 de abril de 2018

7 de Abril - Dia Mundial da Saúde

Dia 7 de Abril, foi o Dia Mundial da Saúde
A data foi escolhida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1948, aquando da organização da primeira assembleia da OMS. Desde 1950, que no dia 7 de abril se celebra o Dia Mundial da Saúde.
A cada ano a organização escolhe um tema central para ser debatido no Dia Mundial da Saúde, o qual passa a ser uma prioridade na agenda internacional da OMS. O tema de 2018 é "Saúde para Todos". Ele resume o objectivo da OMS ao longo da sua existência, lembrando que a organização está a celebrar 70 anos.
Em 2017, com o lema "Let's talk" (vamos conversar), o tema foi a depressão, cuja iniciativa teve como objetivo ajudar a prevenir e a tratar a depressão.
O Dia Mundial da Saúde é uma oportunidade de alertar a sociedade civil para temas-chave na área da saúde que afectam a humanidade, além de desenvolver actividades com vista à promoção do bem-estar das populações, tal como a promoção de hábitos de vida saudáveis. Desta forma, como contribuição para essa promoção da Saúde, aqui fica o artigo "Mente Sã em Corpo São - Uma construção Diária":
Se por um lado, temos uma sociedade que cada vez dá mais importância à imagem, e por isso nesta altura do ano começam as publicidades de todas e mais algumas marcas de comprimidos que nos fazem emagrecer, anúncios aos ginásios que tendem a encher a partir destes meses, tal como a saírem livros com as 1001 formas de fazermos dieta, por outro lado, temos a Organização Mundial de Saúde a revelar níveis preocupantes de excesso de peso resultantes de uma má alimentação e inactividade física, visto Portugal ter uma das maiores taxas de obesidade da União Europeia (quer a taxa infantil como a dos adultos). Simplesmente, é preocupante! Estaremos a tentar encontrar formas fáceis e rápidas para chegarmos à imagem ideal, sem contudo alterar os nossos hábitos? Estaremos nestes meses a tentar “compensar” a falta de investimento no nosso bem-estar que tivemos ao longo do ano? Será esta preocupação real, apesar de sazonal? Podemos reflectir e sugerir várias possibilidades para tentar explicar estas situações, contudo o que mais me interessa é fomentar uma reflexão consciente sobre a relação que temos com o nosso corpo e que relação criamos com a comida.
Todos nós temos hábitos e costumes alimentares diferentes e é natural que a forma como nos alimentamos seja afectada por vivências e acontecimentos na nossa vida que nos fazem sentir mais ansiosos, mais tensos, irritados ou tristes. É comum o desejo de comer mais, ou comer alimentos específicos como por exemplo o chocolate, ou perdermos o apetite quando nos sentimos mais tristes. E, naturalmente quando as situações são ultrapassadas o nosso padrão alimentar regressa ao usual. Contudo, caso essa alteração (de comer muito mais ou de comer muito menos) se prolongue no tempo, podemos desenvolver uma perturbação alimentar. A forma como encaramos a comida pode-se alterar e o nosso dia-a-dia pode até ser gerido com a comida como tema central. Os nossos pensamentos podem começar a ser constantes e relacionados com a comida (ou com o nosso peso) e podemos não comer apesar de termos fome, ou comer constantemente ou compulsivamente, mesmo sem termos fome.
Apesar de termos aqui o conceito de comida como tema central, visto muitas das vezes os hábitos e costumes alimentares serem uma fonte de dificuldade no encontro com uma alimentação saudável e equilibrada, as perturbações alimentares também estão relacionadas com outras dificuldades e problemáticas, e muitas vezes a comida é uma forma de fuga / compensação, para desviarmos a atenção de outros problemas emocionais e afectivos. Existem várias perturbações alimentares: a anorexia, a bulimia e as compulsões alimentares (que muitas vezes estão na base da obesidade). Todas elas se caracterizam por uma preocupação exagerada com a alimentação, o exercício físico, o peso ou a forma do corpo.
Como podemos ter uma mente sã em corpo são? Naturalmente, todos nós gostaríamos de ter acesso à fórmula mágica, de preferência que não desse muito trabalho. Se calhar a grande maioria de nós gostaria de poder comer tudo o que gosta sem restrições e se calhar não praticar muito desporto... Não vale a pena iludirmo-nos, porque sim, requer trabalho. Muito? Pouco? Depende... Mas se tentarmos retirar prazer nisso, esse trabalho será sem dúvida bem mais fácil. É importante olharmos para esse trabalho como um processo de toda a vida, uma construção diária, em que damos atenção ao que estamos a sentir, aos sinais que o nosso corpo nos vai transmitindo e vamos criando o nosso caminho, cuidando-nos. À medida que nos vamos nutrindo emocionalmente, melhor será a nossa saúde física, não só pelos problemas físicos associados à falta de nutrição emocional, mas pela disponibilidade mental que nos permite cuidarmo-nos, mimarmo-nos, estarmos connosco e querer-nos bem. Relativamente à alimentação, acredito que possamos encontrar alimentos e pratos muito saborosos com alimentos mais saudáveis; e na questão da actividade física, também acredito que haja algo que nos divirta e que ajude a gastar calorias. Dançar? Correr? Nadar? Andar de bicicleta? Fazer caminhadas? Saltar à corda? Jogos de equipa – futebol, andebol, basquetebol, voleibol? Surf? Escalada? Remo? Artes marciais?... 
Cabe a cada um de nós encontrar e decidir qual o melhor caminho para uma boa saúde e bem-estar.

Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

"Aquém e Além do Cérebro" - O 12º simpósio da Fundação Bial




Para que os investigadores apoiados pela Fundação BIAL e especialistas das neurociências pudessem ter um espaço alargado de discussão e de apresentação dos seus projetos, a Fundação criou, em 1996, os simpósios "Aquém e Além do Cérebro".
O 12º Simpósio da Fundação BIAL, "Aquém e Além do Cérebro" que tem lugar entre os dias 4 e 7 de Abril na Casa do Médico, no Porto, reúne alguns dos cientistas e filósofos mais proeminentes neste amplo e controverso domínio para, de forma interdisciplinar, partilharem as suas ideias e resultados e debaterem as implicações inerentes.
"Potenciar a mente" é o mote deste encontro em que investigadores de várias áreas vão apresentar as mais recentes descobertas e lançar pistas em torno das eventuais estratégias para aumentar as capacidades cognitivas, o bem-estar ou a saúde.
Do doping, ao treino da mente, da meditação à estimulação cerebral, serão, segundo a organização, várias as temáticas analisadas, envolvendo "diferentes campos do saber em torno da relação mente-corpo, mas também das suas importantes implicações éticas".
A conferência inaugural do evento, no dia 04 de abril, às 21:15, será proferida por Lorenza Colzato, professora de Potencialização Cognitiva, na Faculdade de Psicologia da Ruhr-University Bochum, Alemanha.
O simpósio desenrola-se, posteriormente, ao longo de três dias com três sessões base.
Os métodos e técnicas de potencialização cognitiva e as suas implicações éticas serão abordados na primeira sessão.
Os estados ampliados de consciência são o mote do segundo dia de trabalhos, que vai explorar fatores históricos e métodos para potenciar a mente, tais como drogas ou rituais.
O encontro encerra a 07 de abril com uma sessão dedicada à inteligência coletiva e interação cérebro-máquina.

O evento integra ainda quatro 'workshops' subordinados às temáticas: Plantas de Conhecimento, Meditação, Impacto da Inteligência Artificial e Neuroestimulação.