No passado dia 20 de Outubro, assinalou-se o Dia Mundial de Combate ao Bullying que
se constitui como um alerta internacional para esta problemática com que muitos
jovens vivem e sofrem em silêncio. Segundo a UNICEF, uma em cada três crianças
do mundo, entre os 13 e os 15 anos, é vítima de bullying na escola
regularmente.
O bullying é uma designação utilizada para descrever
atos de violência física ou psicológica intencionais
e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos, dentro de uma
relação desigual de poder. Este é um problema que afeta milhões de estudantes
em todo o mundo e prejudica todos os envolvidos: quem é perseguido ou
intimidado, quem intimida e quem presencia as situações de assédio e muitas
vezes não sabe o que fazer.
O bullying pode afetar a saúde física,
emocional e social das crianças vítimas de agressão e ter consequências
graves, tais como depressões e, em última análise, suicídio.
A família é uma das estruturas mais importantes na
prevenção e no combate à violência praticada contra crianças e jovens, mas
muitas vezes é a última a saber. O medo, a vergonha e a culpa são muitas vezes
os principais motivos do silêncio da criança ou do jovem vítima de
agressão, pelo que é importante a família estar atenta aos sinais de
alerta tais como:
· Perda
ou deterioração frequente dos pertences escolares ou pessoais, como óculos,
cadernos, mochilas;
· Hematomas,
arranhões, cortes ou roupas rasgadas sem explicação convincente;
·
Medo
de ir sozinho ou não querer ir à escola;
·
Baixo
rendimento escolar;
· Querer
ser acompanhado na saída ou na entrada da escola;
· Pesadelos,
alterações no sono e/ou apetite;
· Dores
corporais, de cabeça, de estômago ou vómitos;
·
Tristeza, choro ou
irritabilidade;
· Isolamento
e falta de vontade de sair e de se relacionar com colegas;
· Mudanças
de humor e instabilidade comportamental;
· Pensamento
suicida.
Alguns destes sinais, isoladamente, podem não
caracterizar por si só o bullying.
No entanto, quantos mais sinais forem apresentados, maior é a probabilidade da criança ou jovem estarem a ser
vítima de agressão.
Nestes casos, muitas vezes é necessário que sejam os
prestadores de cuidados a iniciar a conversa,
perguntando tranquilamente o que aconteceu para motivar aquele
comportamento ou aquele sinal físico. É
importante escutar com atenção e
empaticamente, obter o máximo de informação possível, assegurar à criança que
a culpa não é dela e elogiá-la pela coragem em falar e que juntos irão resolver o problema. Manter um diálogo aberto, encorajar os
filhos a expressarem o que sentem, a dizerem “não” quando estão desconfortáveis
e a não reagirem com violência, para não gerarem ainda mais violência, são
aspectos fundamentais a serem transmitidos.
Apesar desta ser uma situação que reativa emoções muito
fortes nos prestadores de cuidados, o controlo das emoções é fundamental de
modo a serem analisados cuidadosamente os próximos passos a seguir.
O contacto dos prestadores de cuidados com a escola é
fundamental, para informar e ser informado sobre as ocorrências, para conhecer
as estratégias utilizadas em prol da resolução do problema, para acordar
maneiras de acompanhar a criança ou adolescente e para formar uma rede de
apoio.
É possível atuar frente a este problema formando uma
aliança entre escola e família, com o objetivo de cuidar, proteger e
desenvolver ferramentas para prevenir e deter o assédio entre pares. Pais,
mães, prestadores de cuidados e toda a equipa da escola têm a responsabilidade
de se unir para fazer das escolas lugares livres de violência e de bullying.
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