Perante uma situação stressante,
mobilizamos estratégias para reestabelecer o equilíbrio do organismo e este
equilíbrio depende das estratégias utilizadas para lidar com essas situações.
As estratégias (de confronto) referem-se a padrões de comportamento, cognições
e percepções utilizadas para manter o equilíbrio do organismo mediante as
exigências internas e/ou externas (Lazarus & Folkman, 1984). De acordo com
estes autores, face às exigências do meio, fazemos uma avaliação cognitiva do
stress, que acontece em três momentos: avaliação primária, avaliação secundária
e reavaliação. Na primeira, identificamos a possível ameaça que a situação
cria; se esta for considerada ameaçadora, ocorre a segunda avaliação que
consiste na avaliação dos recursos que temos disponíveis para fazer face às
exigências postas pelo ambiente. A reavaliação é um novo ciclo de avaliação,
resultante das respostas às questões iniciais para o confronto da situação. Se
considerarmos que a situação é potencialmente ameaçadora e que não dispomos de
recursos, experienciamos algum grau de stress e são activadas as estratégias de
coping (confronto). O coping é definido por Lazarus & Folkman (1984) como
uma tentativa para lidar com exigências externas (do ambiente) ou internas (do
próprio indivíduo) percebidas como sobrecarregando ou excedendo os nossos
recursos.
Segundo Folkman e Lazarus (1985), as
estratégias de coping podem manifestar-se de duas formas: através do coping
centrado no problema, que se refere a fazer algo para alterar a fonte de stress,
ou através do coping centrado nas emoções, que se refere aos esforços para
reduzirmos ou gerirmos o stress emocional associado à situação. O coping
centrado no problema envolve-nos em tentativas activas para enfrentar a fonte
de stress e assim reduzir a percepção da ameaça. O coping centrado nas emoções
inclui estratégias destinadas a reduzir os níveis de ansiedade e não
necessariamente estratégias para mudar a situação.
As estratégias de confronto centradas
nas emoções são:
- O distanciamento - são as
estratégias cognitivas de desprendimento e afastamento da situação,
- A fuga / O evitamento - referem-se
aos esforços comportamentais e cognitivos realizados para fugir e evitar o
problema,
- A reavaliação Positiva - que se refere
aos esforços realizados para criar significados positivos, focados no
crescimento pessoal.
As estratégias de confronto centradas
no problema são:
- Coping Confrontativo - são esforços
agressivos realizados para alterar a situação,
- Coping de Autocontrolo - são os
esforços realizados pela pessoa para regular os seus sentimentos e as suas
acções,
- Procura de Suporte Social - inclui
os esforços realizados pela pessoa, na procura de suporte emocional e
informativo,
- Assumir a Responsabilidade - que se
refere aos esforços realizados no sentido de reconhecer o papel desempenhado
pelo próprio no problema e a tentativa de recompor as coisas.
- Resolução Planeada do Problema -
inclui os esforços realizados, que se focam no problema de forma deliberada e
que têm como intenção alterar a situação.
(Pais-Ribeiro & Santos, 2001)
O coping focado no problema tende a
prevalecer quando sentimos que podemos fazer algo de construtivo para alterar a
situação stressante em si, enquanto o coping focado na emoção tende a
predominar quando sentimos que a razão do stress irá persistir e que nada
podemos fazer para o modificar. A importância do coping focalizado no problema
ou focalizado na emoção pode variar em resposta a diferentes tipos de stress.
Cada um de nós pode tendencialmente
adoptar mais uma determinada estratégia do que outra, o que acaba por ser
natural. Contudo, será importante termos consciência dessa nossa tendência,
porque poderá estar relacionada com alguns receios e inseguranças. Dessa forma,
quanto mais nos conhecermos, maior a nossa liberdade de escolha ao abrirmos o
leque das diversas estratégias e conseguirmos escolher a melhor que se adapta à
situação.
Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.
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