Uma relação de namoro, uma
relação conjugal, uma relação amorosa, é uma construção a dois, e por vezes é
necessário muito trabalho de equipa, muita compreensão e muita tolerância. Uma
construção de algo não é simplesmente estar em conjunto, é importante a
partilha de valores, a aprendizagem mútua, a compreensão de cada forma de ser
do outro, para que cada um se possa adaptar um pouco à outra pessoa. São
necessários esforços, as coisas não encaixam simplesmente, não correm sempre bem
e saber gerir as discussões é algo essencial num casal e conseguirem explicar um
ao outro o que se está a sentir. Mas acima de tudo, tem de haver aceitação pela
outra pessoa.
Contudo há limites para essa
aceitação. O limite é o amor-próprio.
Existem diferentes formas de
violência nas relações, não é apenas a física, mas também a sexual, a verbal, a
psicológica e a social. No entanto, enquanto a violência física é óbvia, outros
tipos de abuso são mais subtis e difíceis de detectar, mesmo para a pessoa que
está a ser submetida.
VIOLÊNCIA FÍSICA: Quando surge o
empurrar, agarrar ou prender, atirar objectos; dar bofetadas, pontapés e/ou
murros; ameaçar em usar a força física ou a agressão.
VIOLÊNCIA SEXUAL: Quando há a
obrigação de práticas sexuais mesmo quando o outro elemento do casal não
queira; a carícia forçada.
VIOLÊNCIA VERBAL: Quando surgem
insultos ou gritos; humilhação, através de críticas e comentários negativos
(ex.: “Não vales nada.”); intimidações e ameaças.
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA: Quando a
pessoa parte ou estraga os objectos ou roupa do parceiro; quando há o controlo
da maneira de vestir; o controlo do que se faz nos tempos livres e ao longo do
dia; quando há o controlo através de ligar constantemente ou enviar mensagens;
quando há uma ameaça de terminar a relação como estratégia de manipulação;
quando há manipulação por vezes muito subtil para que a pessoa faça o que o
outro quer.
O silêncio também pode ser usado
como uma táctica de abuso emocional. De facto, a indiferença associada, causa
profundas feridas emocionais, não só porque aumenta o nível de ansiedade na
pessoa, mas também causa danos na sua auto-estima e causa enorme insegurança. A
pessoa que usa o silêncio tem o objectivo de punir a outra pessoa, não respondendo,
mostrando-se frio e distante e assim, como a situação se torna insuportável
para a outra pessoa, esta acaba por pedir desculpas por algo que não fez. O
objectivo acaba por ser concretizado: dominar e manipular, jogar com as
emoções, criar insegurança e incertezas.
VIOLÊNCIA SOCIAL: Quando há a
humilhação em público, especialmente junto de familiares e amigos; quando se
mexe, sem o consentimento, no telemóvel, nas contas de correio electrónico;
quando há a proibição do convívio com os amigos e/ou com a família.
Todas as formas de violência têm
um objectivo comum: magoar, humilhar, controlar e assustar. É importante
reflectir sobre o que nos está a acontecer, ao mesmo tempo percebermos o que
nos leva a manter esta relação. Poderá ser importante falarmos com algumas
pessoas de confiança, que nos podem dar apoio, mas também para nos ajudar a
perceber que o limite talvez tenha sido ultrapassado.
Por vezes, há momentos em que podemos
achar que a pessoa não está bem, que houve uma complicação no trabalho, que a pessoa
está alterada, e que será natural o outro elemento do casal apoiar nessas
alturas também. Sim, claro! Mas há limites! E por mais desculpas que as pessoas
possam apresentar, a violência não pode ser aceite.
Há micro agressões, que até por
razões culturais não é dada a importância devida. Mas a partir do momento que
algum comportamento do outro elemento da relação nos faça sentir mais pequenos,
mais inseguros, com medo... é um sinal! Amor não é minimizar o outro, amor não
é exigir que o outro mude, amor não é obrigar a outro a algo que não quer.
As pessoas que agridem fisicamente,
sexualmente, verbalmente, psicologicamente e/ou socialmente a pessoa que
supostamente dizem amar, têm problemas que precisam de resolver, mas não é
aceitando a violência que a pessoa é ajudada.
Viver numa situação de violência
e agressão numa relação amorosa tem graves consequências para a pessoa que está
a ser submetida. Viver uma situação de violência numa relação prejudica a
auto-estima, a visão que se tem de si próprio, sente-se que não se tem
valor, pensa-se que se tem alguma característica negativa que justifique a
violência.
O problema não está em quem sofre
de violência. Não há desculpa aceitável para a violência.
Quando temos uma baixa auto-estima,
temos pouca confiança em nós e desvalorizamo-nos. Temos uma tendência em nos
focar nos aspectos mais negativos, nos erros que cometemos, culpamo-nos do que
acontece, não nos sentimos amados e podemos até achar que não merecemos que alguém
goste de nós e até merecemos um tratamento que não é aceitável. É importante procurar formas de aumentar a auto-estima, de se valorizar... e ao viver numa relação com violência não o irá conseguir fazer, porque é uma relação destrutiva.
Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.
Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.
Então e um artigo com o tema: A psicologia e o ambiente! Se preciso for, umas dicas posso delegar:) Perspetiva do paciente que sofre de inteligência emocional:)
ResponderEliminarObrigada pela sua visita ao nosso blogue e pelo seu comentário. Teremos todo o gosto de escrever em breve um artigo de opinião sobre o tema que sugere. Gratas pela sua sugestão.
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