"...capacidade de
identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e
de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos."
(Goleman, 1998).
Esta é a definição de
Inteligência Emocional segundo Goleman, e para ele a inteligência emocional é a
maior responsável pelo sucesso ou insucesso dos indivíduos. Há algum tempo
atrás, pensava-se de forma muito diferente, defendia-se que o sucesso de uma
pessoa dependia do seu raciocínio lógico, habilidades matemáticas e espaciais
(QI). Mas o psicólogo Daniel Goleman, com seu livro "Inteligência
Emocional" retoma uma nova discussão sobre esta temática, de QI (Quociente
de Inteligência) versus IE (Inteligência Emocional).
Na maioria das situações de
trabalho, estamos envolvidos numa série de relacionamentos entre pessoas
(colegas de gabinete, colegas de departamento, chefes), e segundo este autor,
as pessoas com uma maior capacidade de se relacionar, sendo afáveis,
compreensivas e gentis têm uma maior possibilidade de terem sucesso
profissional.
A inteligência emocional
apresenta cinco características essenciais que são uma junção das inteligências
interpessoais e intrapessoais. Essas cinco características são: o auto-conhecimento
emocional, o controlo emocional, a auto-motivação, a empatia e as competências
nos relacionamentos interpessoais. Estas características são fundamentais para
conseguirmos um bem-estar e uma melhor adaptação social.
O auto-conhecimento emocional
permite-nos reconhecer e entender o que estamos a sentir, e identificar o que
cria cada emoção e apenas com essa consciência podemos ganhar maior controlo
sobre as nossas emoções e assim geri-las de forma adequada. O controlo
emocional capacita-nos no lidar com os nossos sentimentos, adequando-os a cada
momento e situação. A auto-motivação é o que visa orientar as emoções para um
objectivo ou realização pessoal, sendo importante na capacidade de se adiar
algum prazer imediato, com o objectivo de se concretizar uma meta a longo prazo
(tarefa essa que exige um bom nível de tolerância), tal como na insistência de
se concretizar algo sem desistir. A empatia permite-nos reconhecer as emoções
dos outros, possibilitando que nos coloquemos no lugar dessa pessoa e assim
compreender o outro lado, aspecto este essencial para a criação e
desenvolvimento de relacionamentos interpessoais. As competências nos
relacionamentos interpessoais é o que nos permite criar, desenvolver e manter
bons relacionamentos; é saber comunicar, partilhar, pedir opiniões, dar espaço
para ouvir os outros, trabalhar bem em equipa e gerir conflitos.
A inteligência emocional, para
grande parte dos estudiosos do comportamento humano, pode ser considerada mais
importante do que a inteligência mental (QI), para alcançar a satisfação a
nível geral.
Toda a informação que chega até ao
nosso cérebro, chega-nos através de nossos sentidos, e quando essa informação é
extremamente stressante, a nossa resposta imediata e automática toma conta
de nós e a nossa capacidade de agir torna-se limitada, e dessa forma a nossa
resposta é uma reacção instintiva. Assim, para termos acesso às diversas opções
de reposta para cada situação e para termos a capacidade de tomar boas
decisões, é preciso sermos capazes de manter as nossas emoções em equilíbrio. O
desenvolvimento da inteligência emocional permite-nos reduzir o stress,
permanecermos focados, e ficarmos conectados connosco e com os outros.
Todos nós temos a possibilidade
de melhorar qualquer das características aqui descritas que compõem a inteligência
emocional, através de um maior conhecimento de nós próprios e da aquisição de
novos hábitos e de novas formas de reagir. Assim, podemos melhorar as nossas
relações pessoais, o nosso trabalho, a vida social... o nosso bem-estar de uma
forma geral.
Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.
Sem comentários:
Enviar um comentário