domingo, 15 de maio de 2016

Como podem os pais aliviar a ansiedade dos filhos em relação aos testes?




A menos de um mês de terminar o ano letivo, a fase dos testes está agora a tornar-se mais intensa nas escolas, aumentando a pressão emocional nos alunos para tirarem boas notas e transitarem de ano.
Efetivamente a ansiedade e o stress não são uma realidade exclusiva dos adultos, também os jovens se debatem com desafios e exigências no seu quotidiano, quer sejam matérias complexas, professores, cargas horárias ou até a necessidade de tirarem boas notas. E se a existência de uma ansiedade moderada é positiva e funciona como uma fonte de energia que ajuda o jovem a mobilizar-se para os seus objetivos, já a ansiedade excessiva torna-se disfuncional e bloqueadora, levando o jovem a sentir-se incapaz de atingi-los. Neste último caso, é frequente encontrarmos quadros de preocupação crónica, queixas de dores sem causa aparente, oscilações bruscas de humor, irritabilidade, alterações bruscas do sono ou mesmo recusa em ir para a escola.
O alívio da pressão é fundamental e os pais podem ter aqui um papel fundamental, na medida que desde logo se constituem como modelos de referência e como tal podem ensinar os seus filhos a combater o stress sendo um exemplo disso.
A moderação das expetativas dos pais é outro dos aspetos a ter em conta, na medida em que posturas muitos perfecionistas e voltadas para os resultados, podem promover o desenvolvimento de quadros de ansiedade aliados a sentimentos de insuficiência e incapacidade por parte dos filhos. As crianças são muito sensíveis às expetativas dos pais e têm uma grande necessidade de cumpri-las para se sentirem amadas e fazerem os pais felizes. Quando a criança chega a casa com um resultado negativo e tal não é bem recebido, havendo uma sobrevalorização da falha em vez do sucesso, tal conduz à interiorização de um sentimento de desvalia e incompetência por parte da criança, com prejuízo ao nível da sua auto-estima. Os resultados negativos deveriam ser encarados como oportunidades de aprendizagem no percurso de vida da criança e não como oportunidades de culpabilização e crítica. Tão ou mais importante que elogiar os bons resultados, é elogiar o esforço que foi feito, mesmo que a nota não tenha sido positiva.
No sentido de atenuar a pressão e a ansiedade dos jovens, é muito importante o estabelecimento de uma rotina por parte dos pais na medida em que tal é organizador e transmite segurança e tranquilidade.  
Na rotina diária tem de ser contemplado tempo livre de brincadeira, atividade e lazer, não esquecendo que no mínimo o jovem deve dormir cerca de 8 horas.
Em fase de testes e exames pode ser útil o recurso a um calendário ou agenda, com as suas rotinas e a marcação do dia dos testes, de modo a permitir o planeamento do trabalho e estudar com antecedência.
Nas maratonas de estudo importa o estabelecimento de pausas para o corpo e a mente recuperarem, sendo igualmente útil a prática de exercício físico na medida em que a ansiedade é canalizada para o esforço físico.

“Mais importante que as notas são os bons alunos. Daqueles que erram e que aprendem. E mais importante, ainda, que os bons alunos são aqueles que, tendo “várias vidas”, são bons alunos, bem educados e boas pessoas.”
Eduardo Sá


Sem comentários:

Enviar um comentário