Quantos de nós temos uma maior
tendência em ser autodeterminados? Quantos de nós temos a tendência de ser
heterodeterminados? Quantos de nós temos a consciência dessa tendência? Quantos
de nós ficamos satisfeitos com essa tendência? Quantos de nós conseguimos ir
conciliando estas duas abordagens de uma forma satisfatória para si?
A questão da auto ou hetero
determinação, não é de todo, qual a mais ou menos correcta e acertada, mas sim,
de que forma temos essa consciência, de que forma nos afecta a nós e aos outros
e de que forma lidamos com as consequências dessa nossa atitude.
Por exemplo, quando alguém nos diz
que esse curso não tem saída e que por isso temos que escolher outra formação
que garanta um emprego, ou quando alguém nos diz que temos que manter o
casamento porque, casamento é para a vida. Efectivamente podemos aceitar o
conselho e tirar um outro curso, como também podemos tentar manter o casamento.
Com certeza que serão as opção mais acertadas, se realmente essas forem uma
escolha nossa, sentida. Contudo, quantas vezes sentimos que não é uma opção
nossa e escolhemos à mesma avançar com ela? O que nos pode levar afinal a
seguir a opinião/conselho/orientação/pressão dos outros, quando estamos a
decidir algo para a nossa vida? Na verdade a consequência dessa decisão será
vivida apenas por nós... E como é suportar uma consequência que não queríamos,
mas que nos vimos levados a ela? Quantas vezes nos sentimos desiludidos,
angustiados, arrependidos com um peso que não era suposto? Se temos essa
tendência e nos apercebemos que o resultado pode ser devastador para nós, o que
nos pode levar a manter essa atitude e a não sermos mais autodeterminados?
Mas por outro lado, quantas vezes
decidimos não seguir a opinião/conselho dos outros e seguir a nossa vontade? O
que sentimos, quando estamos a fazer o que nos faz mais sentido? Mas quantas
vezes nos apercebemos que afinal a outra pessoa podia ter tido razão, ou que
teve mesmo. Talvez possamos aprender algo com isso, tenho a certeza, no entanto
também nos podemos sentir menos boas pessoas por termos seguido a nossa vontade
e não o conselho de quem se preocupa connosco. E quantas vezes surge uma
vozinha a chamar-nos egoístas? Mas estaremos realmente a ser egoístas quando
seguimos a nossa vontade?
A tomada de consciência das nossas
necessidades e o desenvolvimento da nossa assertividade
(ver artigo sobre assertividade), possibilitar-nos-á uma liberdade na escolha e uma maior capacidade de lidar com as consequências dessa escolha, de forma
mais tranquila e menos culpabilizadora.
Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.
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