Normalmente quando sentimos alguma
dor ou apresentamos determinados sintomas que nos preocupam, tentamos procurar
as causas orgânicas para essas manifestações e procedemos à realização de
testes e exames clínicos. No entanto, quando os exames médicos não conseguem
descobrir uma origem biológica para os sintomas, é provável que possamos ouvir
algo do género : “Você não tem nada, isso é
psicossomático!”.
E
afinal, o que são somatizações e doenças psicossomáticas? Podemos entendê-las
como um conjunto de sintomas para os quais não existe uma origem
orgânica/física, sendo a sua causa de origem psicológica e emocional.
A ligação entre a mente e o corpo tem sido bastante
estudada, comprovando-se que cada parte do nosso corpo tem uma linguagem a ser
entendida. O nosso campo emocional está na base de mais de 90% das alterações
ou acidentes ocorridos no nosso corpo,
havendo por isso uma tradução dos nossos desequilíbrios emocionais no corpo,
sob a forma de dores ou outras desordens orgânicas.
A
dificuldades em gerir situações de vida sentidas como insatisfatórias ou
stressantes, pode gradualmente induzir alterações no nosso estado psicológico e
levar à manifestação de sintomas de variada ordem tais como dores de cabeça, cansaço, fadiga, depressão,
pânico.
Podemos então dizer que somatizar é manifestar no corpo, na forma de uma doença
ou sintoma, algum conflito ou desajuste emocional
que a mente não consegue elaborar. Por exemplo, uma pessoa que sente dor de
cabeça ou de estômago, como resultado da sua ansiedade.
Algumas das doenças psicossomáticas mais frequentes
estão ligadas a alterações no aparelho circulatório (pressão alta), digestivo
(ulcera, colite, gastrite), endócrino (anorexia e obesidade), doenças dermatológicas
(psoríase, alopécia) e aparelho genital (impotência, frigidez).
Ter uma doença psicossomática não significa que a
dor e a doença não existam. Mesmo não tendo sido diagnosticada uma causa biológica
ou orgânica, a pessoa sabe que algo não está bem consigo e isso é gerador de
muito sofrimento, sendo por isso fundamental a procura de ajuda especializada. O
tratamento feito com terapias, acompanhamento psicológico e a mudança de
hábitos pode levar ao alivio dos sintomas e até ao seu desaparecimento.
O processo psicoterapêutico, para além de promover
a conscencialização dos conflitos internos e das emoções que estão na origem da
doença psicossomática, elucidando o significado daquele sintoma, ajuda o
paciente a adquirir estratégias mais eficazes para lidar com as suas emoções e
para mudar as circunstâncias da sua vida que são sentidas como adversas.
A melhor maneira de se prevenir uma doença como a somatização é estar
psicologicamente equilibrado e para tal importa a prática de estilos de vida
saudáveis como o exercício físico, atividades prazerosas, relaxar, tornar os
pensamentos mais ativos e construtivos e colocar em prática as decisões.
É fundamental aprendermos a conhecer melhor o nosso corpo, tendo a
capacidade de o sentir, integralmente, por dentro e por fora para compreendermos o que está a falhar e o que é necessário mudar.
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