Ontem,
dia 10 de Abril, assinalou-se o Dia dos
Irmãos, nos Estados Unidos da América, O National Sibling Day.
Durante
várias décadas, o foco da investigação incidiu nas dinâmicas relacionais entre
pais e filhos e só mais recentemente é que a relação fraterna tem sido estudada
e avaliada. Atualmente, é inegável que a relação entre irmãos tem de facto uma
influência considerável no nosso desenvolvimento social e emocional enquanto
adultos.
No
entanto, a qualidade do vínculo entre os irmãos, depende dos pais e da forma
como fomentam a proximidade relacional entre os irmãos desde o início,
incentivando o envolvimento, o respeito mútuo, a cooperação e a gestão dos
problemas.
Cabe aos pais mostrar aos
filhos que cada um tem o seu lugar na família, de modo a ajudá-los a superar as situações de competição, ciúme e rivalidade,
sendo por isso de evitar a comparação entre irmãos.
A vida na fratria vai
possibilitar a cada criança experimentar
a socialização antes de vivenciá-la na realidade externa (creche, escola) sendo
por isso fundamental a existência de
regras e limites por parte das figuras parentais. Os irmãos acabam por se
constituírem como agentes socializadores por excelência, com os quais se
aprende a dividir, fazer concessões, perseverar, negociar, enfim a viver em
sociedade.
As crianças que crescem como filhas únicas
podem não ser necessariamente menos competentes socialmente do que as que
crescem com os irmãos, mas têm uma probabilidade maior de desenvolver as
habilidades sociais através de amigos. Neste caso, os pais podem encorajar os
seus filhos a desenvolver relações
próximas com os primos e/ou com os filhos dos amigos, o que acaba por
lhes permitir desenvolver competências sociais que provavelmente não
adquiririam se estivessem limitadas à interacção com os pais e outros adultos.
Apesar das pequenas guerrinhas e às vezes
dos gritos, a relação entre irmãos e a cumplicidade entre eles fazem com que as
crianças nunca se sintam sozinhas e sobretudo, aprendam a partilhar desde
brinquedos a sentimentos.
De modo a promover a solidariedade e a
amizade entre os irmãos, diminuindo a rivalidade fraterna, os pais poderão
adotar algumas das seguintes estratégias:
- Não faça comparações entre irmãos, evitando qualquer manifestação de favoritismo: cada filho deve ser estimulado a melhorar em relação aos seu próprio desempenho, não em relação ao do irmão;
- Garanta que os seus filhos saibam que são igualmente amados, pelas suas diferenças e qualidades únicas, para que eles próprios se sintam bem com as suas características e também aceitem as diferenças dos demais;
- Crie um “dia do filho único” e faça programas em separado, proporcionando momentos de partilha com cada filho individualmente;
- Promova espaços de convívio e atividades conjuntas que irão reforçar a relação entre irmãos mas também respeite o espaço individual de cada um, nomeadamente os interesses, os amigos, as atividades e a vida particular de cada um;
- Não tome partido nas divergências entre os irmãos, ouvindo sem julgar;
- Incentive os seus filhos a procurarem estratégias de resolução de conflitos. Os pais devem posicionar-se como mediadores, promovendo a partilha de pontos de vista e emoções
- Se uma rivalidade se tornar excessiva intervenha rapidamente e de forma firme, definindo os limites e clarificando que em nenhuma circunstância é admissível magoar o outro;
- A atenção dos pais deve privilegiar os momentos em que há interações positivas e adequadas, elogiando a capacidade das crianças partilharem brincadeiras e trabalharem em equipa.
"Ter
um irmão é ter, para sempre, uma infância lembrada com segurança em outro
coração."
Tati
Bernardi
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