quinta-feira, 21 de abril de 2016

E viveram felizes para sempre?!?

«Todos descobrem, mais tarde ou mais cedo na vida, que a felicidade perfeita não é realizável, mas poucos se detêm a pensar na consideração oposta: que também uma infelicidade perfeita é, igualmente, não realizável.» (in Se Isto é Um Homem, Primo Levi)

Podemos, no entanto, procurar alcançar uma sensação de felicidade, de bem-estar, no nosso dia-a-dia. De acordo com Daniel Goleman, há três estratégias que podemos aprender com as pessoas emocionalmente inteligentes para atingir alegria e satisfação a longo prazo: exercitar o hemisfério esquerdo do nosso cérebro, desejar o bem a desconhecidos e confrontarmo-nos.
Exercitar o hemisfério cerebral esquerdo - A maioria de nós tem dias bons e dias maus. Contudo, algumas pessoas, em quem o hemisfério cerebral direito parece ser dominante, tendem a ser muito deprimidas e constantemente ansiosas. Outras, em quem o hemisfério dominante é o esquerdo, são quase sempre optimistas, recuperando rapidamente dos contratempos da vida. A boa notícia é que podemos transferir o nosso ponto de referência emocional para uma direcção mais positiva, aumentando a nossa auto-consciência e auto-conhecimento.

Desejar o bem a desconhecidos - A empatia (saber aquilo que os outros estão a sentir, sem que precisem de nos dizer) é também uma característica essencial das pessoas emocionalmente inteligentes: facilmente estabelecem afinidade com os outros e, desse modo, têm momentos mais satisfatórios quando sentem uma ligação positiva. Para além disso, dados de investigações sugeriram que esta empatia atenciosa, de cuidado para com o outro, activa os mesmos circuitos cerebrais que o amor que os pais sentem pelos filhos,e que quando as pessoas se concentram em desejar o bem aos outros, activam os seus circuitos cerebrais para a felicidade -   o que não só faz de nós boas pessoas, como nos faz também sentir melhor. Isto pode ser feito através da prática diária de desejar bem-estar (segurança, saúde, felicidade, tranquilidade) a nós próprios, em seguida aos nossos amigos e família, depois aos nossos conhecidos, e por fim aos desconhecidos.

Confrontar-se - A auto-consciência característica das pessoas emocionalmente inteligentes é uma ferramenta poderosa para manter níveis elevados de felicidade. Como? Não são as circunstâncias das nossas vidas que fazem de nós pessoas felizes ou infelizes, mas aquilo que dizemos a nós mesmos acerca disso. A auto-consciência permite-nos monitorizar o nosso discurso interno, aquele monólogo silencioso que acontece na nossa cabeça o dia todo. Identificar esses pensamentos negativos (auto-comiseração, auto-crítica, “deita-abaixo”) pode ser o primeiro passo para um estado de espírito mais alegre. Uma vez identificados esses pensamentos, temos a oportunidade de os confrontar, recordando-nos da nossa força, dos nossos triunfos. Qualquer pensamento realista irá silenciar os desagradáveis. 
Assim, se a nossa mente nos disser “És um falhado!” e nós nos deixarmos ficar com esse pensamento, iremos sentir-nos deprimidos. Contudo, através de estratégias de terapia cognitiva, podemos recordar a nós mesmos tudo aquilo que fizemos que correu bem, ajudando a contrariar o poder daquela negatividade.

Ana Luísa Oliveira



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