Podemos entender as máscaras sociais como
os papéis ou as personagens que desempenhamos em diferentes esferas da nossa
vida e que são fundamentais para garantir a nossa adaptação social.
As exigências e as pressões do
exterior obrigam-nos a encarnar diferentes personagens, tais como as de
profissional, colega, pai, filho, irmão ou amigo e isso traduz-se na tonalidade
de voz, no tipo de discurso, na imagem e na expressão corporal que adotamos em
diferentes contextos.
As nossas personagens servem a situação na
qual nos encontramos e saber escolhê-las e usá-las, com consciência e
responsabilidade, sabendo quem é o nosso verdadeiro Eu e que ele está sempre
presente, é um indicador de flexibilidade e saúde mental.
Por exemplo, se temos de ir a uma festa
num dia em que nos sentimos tristes, vamos escolher e usar uma personagem que,
por um lado, vai proteger a nossa intimidade do exterior e por outro, irá
promover a nossa inserção naquele meio. Não nos deixamos de sentir
tristes naquele contexto, mas não é dessa forma que nos queremos apresentar,
sendo portanto útil o recurso a uma personagem cortês e bem educada que responda
às exigências daquela situação e ao que é esperado pelo coletivo.
As maiores dificuldades no uso de
personagens surgem quando não existe um verdadeiro auto-conhecimento e o
Eu fica identificado à personagem, fazendo com que a pessoa passe a
agir sempre em personagem sem ter consciência disso. Exemplo disso é o caso
de uma pessoa que passa a falar e a agir identificada à personagem de workaholic e de autoridade que
ocupa no seu trabalho, abordando as outras áreas da sua vida, isto
é, família, amigos e lazer da mesma maneira, como
tarefas a cumprir e a encaixar na agenda. Nestes casos, a perda de certos
cargos profissionais pode ser sentida como uma perda de uma parte da própria
identidade, podendo levar a quadros depressivos graves.
O uso adequado de máscaras sociais
possibilita experimentarmos o mundo de uma forma saudável, sem ficarmos reféns
da desajabilidade social e perdermos a nossa identidade entre todos os outros
que vão aparecendo na nossa vida.
Para além disso podemos considerar que
também existem máscaras que nos ajudam a reforçar a nossa auto-estima e a
desenvolver as nossas potencialidades, quando, por exemplo temos de fazer de
conta que estamos seguros, confiantes e à vontade num determinado papel e mais
tarde essas características passam efetivamente a fazer parte da nossa
identidade.
E você conhece as suas máscaras? Que uso
faz delas na sua vida?
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