E quando o peso da
responsabilidade nos deixa sem forças? E quando sentimos que o “dever” de fazer
as coisas bem nos vai consumindo e nos retira energia?
É na fase de adulto que se
encontram as maiores exigências da vida. Ser adulto implica construir um
caminho no sentido da realização profissional, afectiva e familiar. Na área
profissional podem surgir algumas questões relacionadas com a satisfação no
trabalho, a pressão que se sente para se ser mais competente, a
competitividade, o salário, ou a gestão das relações com colegas e chefes. Na
área familiar existem as preocupações de se querer constituir família, as
relações amorosas, o ser-se pai/mãe, gerir o tempo entre trabalho e família. E
também na área pessoal surgem dúvidas: do que é que realmente gosto? O que é
que me satisfaz? Como é que me sinto bem? E equilibrar todas estas áreas não é
uma tarefa fácil. Por um lado pensar em nós próprios, ao mesmo tempo que se tem
que dar respostas aos outros. Por outro lado a necessidade do tempo e do espaço
que precisamos para nos sentirmos livres e livrarmo-nos desse peso, ao mesmo
tempo o querer criar raízes e construir algo que naturalmente, implica
responsabilidade.
Como manter acordada essa
criança que está em nós, essa parte mais curiosa, divertida e espontânea,
quando se vive num dia a dia de responsabilidades e exigências?
Cada pessoa poderá ter as
suas estratégias, cada pessoa encontrará as suas formas, no entanto é
importante pensarmos sobre o que nos leva a sentirmo-nos por vezes culpados,
por darmo-nos tempo. Consideramos o lazer algo secundário na nossa vida?
Consideramos todas as actividades profissionais prioritárias? Quanto tempo por
semana me permito não fazer nada? Quanto tempo por semana me permito a fazer
algo por mim e para mim apenas? Não, isso não tem que ser egoísmo... Na nossa
sociedade cada vez se valoriza mais os resultados e o termos tempo para nós,
tende a ser visto negativamente.
Contudo, para não nos
deixarmos consumir pelo peso das “tens” e “deves” e até mesmo para que as
responsabilidades sejam assumidas de forma mais responsável, é de grande
importância, termos a capacidade de procurar formas de equilibrar as nossas
necessidades, e de mantermos a nossa criança curiosa e permitir que tenha tempo
para brincar. Sim, porque os adultos também se riem, divertem e brincam.
Alguém partilhou esta
frase... “o adulto é uma criança que cresceu”. Isto não significa que seremos,
no fundo, todos crianças?
Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.
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