A pouco
tempo de terminar o 1º período, a fase dos testes está agora a tornar-se mais
intensa nas escolas, aumentando a pressão emocional nos alunos para tirarem
boas notas.
Efetivamente
a ansiedade e o stress não são uma realidade exclusiva dos adultos, também os
jovens se debatem com desafios e exigências no seu quotidiano, quer sejam
matérias complexas, professores, cargas horárias ou até a necessidade de
tirarem boas notas. E se a existência de uma ansiedade moderada é positiva e
funciona como uma fonte de energia que ajuda o jovem a mobilizar-se para os
seus objetivos, já a ansiedade excessiva torna-se disfuncional e bloqueadora,
levando o jovem a sentir-se incapaz de atingi-los. Neste último caso, é
frequente encontrarmos quadros de preocupação crónica, queixas de dores sem
causa aparente, oscilações bruscas de humor, irritabilidade, alterações bruscas
do sono ou mesmo recusa em ir para a escola.
O
alívio da pressão é fundamental e os pais podem ter aqui um papel
fundamental, na medida que desde logo se constituem como modelos de referência
e como tal podem ensinar os seus filhos a combater o stress sendo um exemplo
disso.
A
moderação das expetativas dos pais é outro dos aspetos a ter em conta, na
medida em que posturas muitos perfecionistas e voltadas para os resultados,
podem promover o desenvolvimento de quadros de ansiedade aliados a sentimentos
de insuficiência e incapacidade por parte dos filhos. As crianças são muito
sensíveis às expetativas dos pais e têm uma grande necessidade de cumpri-las
para se sentirem amadas e fazerem os pais felizes. Quando a criança chega a
casa com um resultado negativo e tal não é bem recebido, havendo uma
sobrevalorização da falha em vez do sucesso, tal conduz à interiorização de um
sentimento de desvalia e incompetência por parte da criança, com prejuízo ao
nível da sua auto-estima. Os resultados negativos deveriam ser encarados como
oportunidades de aprendizagem no percurso de vida da criança e não como
oportunidades de culpabilização e crítica. Tão ou mais importante que elogiar
os bons resultados, é elogiar o esforço que foi feito, mesmo que a nota não
tenha sido positiva.
No
sentido de atenuar a pressão e a ansiedade dos jovens, é muito importante o
estabelecimento de uma rotina por parte dos pais na medida em que tal é
organizador e transmite segurança e tranquilidade.
Na
rotina diária tem de ser contemplado tempo livre de brincadeira, atividade e lazer,
não esquecendo que no mínimo o jovem deve dormir cerca de 8 horas.
Em
fase de testes e exames pode ser útil o recurso a um calendário ou agenda, com
as suas rotinas e a marcação do dia dos testes, de modo a permitir o
planeamento do trabalho e estudar com
antecedência.
Nas
maratonas de estudo importa o estabelecimento de pausas para o corpo e a mente
recuperarem, sendo igualmente útil a prática de exercício físico na medida em
que a ansiedade é canalizada para o esforço físico.
“Mais
importante que as notas são os bons alunos. Daqueles que erram e que aprendem.
E mais importante, ainda, que os bons alunos são aqueles que, tendo “várias
vidas”, são bons alunos, bem educados e boas pessoas.”
Eduardo Sá
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