O perfeccionismo pode ser definido, de
uma forma geral, como a necessidade de ser ou parecer perfeito.
Nos vários domínios das artes e do
saber muitas foram as personalidades que se destacaram pela busca da excelência
e cujas características perfeccionistas contribuíram para a inovação que
alcançaram e para o legado que deixaram.
Neste tipo de funcionamento é
expectável a existência de padrões
exigentes de comportamento e de realização, o que implica algum nível de stress
mas também de motivação orientada para a ação e para fazer cada vez
melhor. Podemos caracterizar este
perfeccionismo como útil e adaptativo que não compromete a funcionalidade e a
adaptação do indivíduo.
Já um perfeccionismo excessivo, cujo
grau e intensidade provocam sofrimento e disfuncionalidade, acaba por conduzir
a uma atitude de paralisação e levar o indivíduo à procrastinação, dado o medo
de falhar e de ser criticado pelos outros.
Nestes pessoas, o nível de exigência é
tão grande no sentido de serem perfeitas, infalíveis e admiráveis, que o confronto
com as suas obrigações se torna extremamente doloroso e angustiante, levando ao
adiamento das mesmas.
Se por um lado, estas pessoas até
reconhecem que têm competências, por outro lado, a possibilidade de errar e de
não atingir o tal ideal de perfeição acaba por se sobrepor e gerar ansiedade, o
que compromete a produtividade e a qualidade do trabalho.
A comparação com os outros, que produzem mais
porque não são tão exigentes e têm maior tolerância ao erro, acaba por levar igualmente à emergência de sentimentos de inferioridade e insuficiência, com prejuízo ao nível da auto-estima.
No contexto de psicoterapia, esta é
uma problemática bastante comum e que poderá estar presente em perturbações
como a depressão, ansiedade ou perturbações alimentares, relacionando-se com um
constante sentimento de insuficiência e de cobrança assente na lógica “eu tenho
de ser, eu deveria ser, mas não consigo”.
Os eventuais erros ou falhas são
hipervalorizados, contaminando toda a avaliação, nomeadamente os aspetos
positivos do desempenho.
A psicoterapia nestas situações visa
diminuir a culpa e a cobrança excessiva, de modo a que seja possível alcançar-se
uma maior estabilidade emocional, satisfação pessoal e produtividade.
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