Recordar David Bowie reenvia-nos
para a imagem de uma figura marcante, que renasceu e se reinventou vezes sem
conta, despertando-nos para a importância da transformação e da mudança na
construção do nosso ser.
Em “Changes” (“Mudanças”), Bowie
fala-nos precisamente da importância do desafio e da mudança, na medida em que
tal nos lança de novo para um sentimento vital de renovação e de entusiasmo
pela vida. A ideia que o tempo urge e que a vida é demasiado curta para nos
distrairmos dela, traz-nos o foco para o essencial. Importa estarmos atentos à nossa criança
interna, é o seu olhar curioso que nos guia
à descoberta daquilo que é novo e diferente e dessa forma nos permite
construir e desconstruir as “nossas verdades”.
Bowie não deixa esquecer que o
verdadeiro prazer está no caminho que se percorre na busca das nossas
concretizações, atestando um sentimento de insatisfação permanente, que o leva
a procurar incessantemente novos rumos, a desconstruir caminhos antigos e assim
a descobrir novas facetas de si próprio, chegando a uma identidade única,
criativa e diferente.
Podemos dizer que Bowie primou
sempre por uma rigorosa disciplina para ser até ao fim um espírito livre, o que
não é tarefa fácil para a maioria de nós, sobretudo quando ainda nos mantemos
muito dependentes do que o exterior espera de nós e amarrados à ideia que a
felicidade reside na permanência quando na realidade a construção do nosso ser
só pode acontecer através do exercício da transformação e da criatividade.
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