Decorreu na semana passada, de 9 a 12 de Novembro a primeira edição do Mental – Festival de Saúde Mental, cujo propósito pretende combater o tabu e o estigma que envolve a saúde mental,
trazendo-a à discussão popular através do cinema, das artes e da informação.
Esta foi uma iniciativa inédita em Portugal, inspirada pela dinâmica do
festival escocês SMHAFF – Scottish Mental Health Arts and Film Fest – que tem
mais de uma década e que conta com provas dadas no que respeita à importância de
incrementar uma abordagem destigmatizada da saúde mental.
Este festival pretende que a saúde mental deixe de ser um tema confinado às
esferas institucionais ou debatido apenas ocasionalmente ou em situações
específicas e que passe a ganhar a mesma visibilidade publica e destaque que os
temas relacionados com a saúde física, já que ambas as dimensões se relacionam
com o ser humano e são igualmente importantes.
Este primeiro Mental contou com documentários premiados pelo IFF –
Internacional Film Fest - e filmes relacionados com as temáticas escolhidas
para este ano: Borderline, Prevenção, Alheimer e Alccolismo. Destacaram-se ainda
as M-Talks com convidados de renome nas várias áreas cientificas e pedagógicas.
O grande mérito deste festival é levar os temas da saúde mental a todas as pessoas
exactamente porque este é um tema que diz respeito a todos nós e não apenas a
alguns.
Disponibilizando informação e
promovendo o esclarecimento, a compreensão e a educação do grande púbico, o
festival procura incrementar a mudança de mentalidades, erradicando o estigma e
o preconceito ainda muito associado à doença mental e que, em muitas famílias,
se traduz na tendência para esconder ou ignorar o problemas, pelo medo da
rejeição. Neste silêncio, muitos são os casos de pessoas cujos quadros clínicos
se agravam e que não procuram ajuda, o que se constitui como uma barreira na
recuperação e no risco de isolamento. Numa situação de crise ou de perda significativa, o risco de desenvolvimento de uma doença do foro mental é uma realidade e a existência
de suporte familiar e social é fundamental, nomeadamente na procura de
tratamento especializado e atempado determinante para uma recuperação efetiva.
O
Mental procura tornar as pessoas mais atentas, conscientes e informadas, visando abolir conceitos errados e transformar a relação das pessoas com a saúde
mental, nomeadamente no que respeita à identificação de sinais de alerta e diagnóstico precoce, à procura dos
serviços de saúde e tratamento adequados, à sensibilização quanto à importância
do suporte social e familiar, assim como da comunidade em geral na criação de
condições para a reinserção destas pessoas na vida ativa, como membros produtivos, auto-confiantes e capazes de desenvolverem todo o seu potencial.
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