Hoje decidi trazer para este blogue o nome de
Viktor Frankl e o livro “O Homem em busca de um sentido”. Nascido em 1905,
Viktor Frankl formou-se em psiquiatra em 1930 e dois anos depois, foi deportado
pelos nazis para os campos de concentração, onde ficou até à sua libertação
treze anos depois, em 1945. Faleceu com 92 anos em Viena, em 1997.
Viktor Frankl, psicólogo, psiquiatra e
filósofo foi um dos sobreviventes dos campos de concentração mais letais,
Auschwitz e Dachau, foi o ex-prisioneiro nº 119.104, e escreve sobre essa
realidade. Contudo, tal como o próprio Viktor Frankl diz, não se dedica a
descrever os horrores dos campos de concentração, pois outros autores já o
fizeram melhor. Mas sim, a descrever o comportamento da mente humana mediante
um cenário de restrição total, onde seres humanos eram tratados pior que
animais; onde, ele mesmo se viu diversas vezes reduzido aos limites entre o ser
e o não-ser.
“O Homem em busca de um sentido”, escrito em
1946 é um livro extremamente tocante, impossível de não nos envolver na
leitura, mas também nos nossos pensamentos sobre a nossa própria existência.
Foi considerado um dos dez livros mais influentes de sempre. Nesse livro o fundador
da escola da Logoterapia, que explora o sentido existencial do indivíduo e a dimensão
espiritual da existência, escreve “Tornava-se fácil deixar passar as
oportunidades de fazer alguma coisa de positivo da vida no campo, oportunidades
que existiam de facto. Encararmos a nossa “existência provisória” como irreal
era em si mesmo um factor importante no processo que levava os prisioneiros a
perderem a vontade de viver; de certa maneira, tudo se torna inútil. As pessoas
que agiam assim esqueciam que são justamente, tais situações externas excepcionalmente
difíceis que dão ao Homem a oportunidade de crescer espiritualmente e
superar-se (...) tais pessoas não tomavam a sério e desprezavam (essas
oportunidades) como se fosse algo sem importância. Preferiam fechar os olhos e
viver no passado. Para tais pessoas, a vida torna-se uma coisa sem sentido.”
“Aqueles que conhecem a estreita ligação entre
o estado de espírito de uma pessoa – a sua coragem e esperança, ou a falta dela
– e o estado de imunidade do seu corpo perceberão que a perda súbita de esperança
e de coragem pode ter um efeito mortífero”(...)“Qualquer tentativa para restabelecer a força
interior de um homem no campo tinha primeiro de conseguir apontar-lhe um
qualquer objectivo futuro. As palavras de Nietzsche, “Aquele que tem uma razão
para viver pode suportar quase tudo”,
poderiam ser o lema de referência.”
Viktor Frankl, explica que apesar de defender
a importância de que cada pessoa crie objectivos, naturalmente que esses
objectivos que ajudam a definir o sentido da vida, variam de pessoa para pessoa
e de momento para momento, sendo impossível definir o sentido da vida de uma
forma geral. As questões sobre o sentido da vida não são respondidas por meio
de declarações genéricas. Vida significa algo muito real e concreto, assim como
os desafios.
Com esta pequena apresentação e estes
excertos, acredito que possa ter despertado alguma curiosidade a quem ainda não
leu este livro. Talvez possa ser inspirador, como foi para mim.
Por decisão pessoal, a autora do texto não
escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.
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