terça-feira, 2 de maio de 2017

“O Homem em busca de um sentido”

Hoje decidi trazer para este blogue o nome de Viktor Frankl e o livro “O Homem em busca de um sentido”. Nascido em 1905, Viktor Frankl formou-se em psiquiatra em 1930 e dois anos depois, foi deportado pelos nazis para os campos de concentração, onde ficou até à sua libertação treze anos depois, em 1945. Faleceu com 92 anos em Viena, em 1997.

Viktor Frankl, psicólogo, psiquiatra e filósofo foi um dos sobreviventes dos campos de concentração mais letais, Auschwitz e Dachau, foi o ex-prisioneiro nº 119.104, e escreve sobre essa realidade. Contudo, tal como o próprio Viktor Frankl diz, não se dedica a descrever os horrores dos campos de concentração, pois outros autores já o fizeram melhor. Mas sim, a descrever o comportamento da mente humana mediante um cenário de restrição total, onde seres humanos eram tratados pior que animais; onde, ele mesmo se viu diversas vezes reduzido aos limites entre o ser e o não-ser.

“O Homem em busca de um sentido”, escrito em 1946 é um livro extremamente tocante, impossível de não nos envolver na leitura, mas também nos nossos pensamentos sobre a nossa própria existência. Foi considerado um dos dez livros mais influentes de sempre. Nesse livro o fundador da escola da Logoterapia, que explora o sentido existencial do indivíduo e a dimensão espiritual da existência, escreve “Tornava-se fácil deixar passar as oportunidades de fazer alguma coisa de positivo da vida no campo, oportunidades que existiam de facto. Encararmos a nossa “existência provisória” como irreal era em si mesmo um factor importante no processo que levava os prisioneiros a perderem a vontade de viver; de certa maneira, tudo se torna inútil. As pessoas que agiam assim esqueciam que são justamente, tais situações externas excepcionalmente difíceis que dão ao Homem a oportunidade de crescer espiritualmente e superar-se (...) tais pessoas não tomavam a sério e desprezavam (essas oportunidades) como se fosse algo sem importância. Preferiam fechar os olhos e viver no passado. Para tais pessoas, a vida torna-se uma coisa sem sentido.”

“Aqueles que conhecem a estreita ligação entre o estado de espírito de uma pessoa – a sua coragem e esperança, ou a falta dela – e o estado de imunidade do seu corpo perceberão que a perda súbita de esperança e de coragem pode ter um efeito mortífero”(...)“Qualquer tentativa para restabelecer a força interior de um homem no campo tinha primeiro de conseguir apontar-lhe um qualquer objectivo futuro. As palavras de Nietzsche, “Aquele que tem uma razão para viver pode suportar quase tudo”, poderiam ser o lema de referência.”

Viktor Frankl, explica que apesar de defender a importância de que cada pessoa crie objectivos, naturalmente que esses objectivos que ajudam a definir o sentido da vida, variam de pessoa para pessoa e de momento para momento, sendo impossível definir o sentido da vida de uma forma geral. As questões sobre o sentido da vida não são respondidas por meio de declarações genéricas. Vida significa algo muito real e concreto, assim como os desafios.

Com esta pequena apresentação e estes excertos, acredito que possa ter despertado alguma curiosidade a quem ainda não leu este livro. Talvez possa ser inspirador, como foi para mim.



Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.

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