Todos nós, já passámos com certeza
por algumas situações em que nos vimos “obrigados” a engolir sapos... Isso não
significa que tenhamos sido obrigados a não dar o nosso parecer e a nossa
opinião, como também não significa que tenhamos ficado zangados o resto da
semana por termos engolido esse sapo. E se pensarmos bem, se calhar até nem
fomos realmente obrigados a engoli-lo, o mais provável é que tenhamos optado
pelo que nos parecia a atitude com mais ganhos, ou pelo menos com consequências
menos negativas.
O que afinal será mais sensato? Não
aceitar engolir os tais ditos sapos? Assumir uma postura de rejeição total
perante qualquer situação que nos obrigue a engolir sapos? Em todas as
circunstâncias? E se não considerarmos o engolir sapos, como uma atitude total
de submissão e passividade, mas sim de opção?
Será mais sensato aprendermos a fazer
uma digestão, a melhor possível para cada tipo de sapo que engolimos?
Aqui, no momento antecipatório em que
decidimos engolir ou não o sapo, a nossa leitura e interpretação sobre o acto
em si, irá influenciar a nossa decisão. Se eu sentir, por exemplo, que estou a
ser humilhada propositadamente, e se isso me revoltar, e reagir de forma mais
impulsiva, provavelmente não vou suportar a ideia de engolir o sapo. Ou, ao considerar
que a situação não é justa, mas que a pessoa até pode não conseguir ver a minha
perspectiva, posso decidir não engolir o sapo, por não concordar, contudo,
posso explicar o meu ponto de vista e a minha razão para não o fazer. Contudo,
talvez caso essa pessoa seja o nosso chefe, ou alguma pessoa que nos pode criar
alguns problemas, essa ponderação já poderá ser diferente. Ou seja, apesar da
minha vontade poder ser a mesma, de não engolir o sapo e de responder de acordo
com a minha leitura, posso adoptar uma atitude mais controlada e tranquila. E
até poderei decidir, que naquele caso, aquele sapo não me irá incomodar assim
tanto...?
A sensação de desconforto nesses
momentos, pode ser sentida de forma menos intensa, exactamente porque podemos
conseguir ver que é uma opção nossa, e que de facto até tenho a ganhar (ou a
não perder) e por esse motivo, essa decisão pode acabar mesmo por ser uma
atitude de maturidade? O conseguirmos tolerar a frustração, não ficando a
remoer, aceitando que a nossa opção é a mais acertada no momento.
A capacidade de reflexão, a avaliação
da situação por diversas perspectivas e a ponderação, serão com certeza grandes
ajudas que nos ajudam a decidir se não o vamos engolir, ou se vamos colocar
condimentos para nos facilitar a digestão...
Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.
que texto claro sobre os sapos nossos de cada dia...
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