Podemos entender a arte de sermos quem
somos como a capacidade de vivermos em autenticidade e de nos sentirmos felizes
simplesmente por querermos ser aquele que realmente somos.
O desenvolvimento do auto-conhecimento e
o acesso à complexidade do mundo interno, abre a possibilidade para uma maior
aceitação e integração da experiência pessoal, da qual fazem parte as forças e
as vulnerabilidades de cada um.
A valorização da nossa experiência e a
compreensão do nosso funcionamento, é o que nos permite reconhecer e gerir as
nossas emoções, ao invés de sermos escravos delas, bem como abandonar velhos mecanismos
de defesa que entorpecem a nossa sensibilidade e nos colocam num lugar de
desconexão e estagnação.
Quando se encontra vedado o acesso a esta
experiência de autenticidade espontânea, podemos estar perante um funcionamento
caracterizado por uma armadura defensiva, que se apresenta ao mundo de forma
superficial e em fachada como forma de ocultar/negar o verdadeiro eu e escapar
à dor de experiências traumáticas. É o desespero de se escolher ser outro que
não ele mesmo em prol de uma pseudo-adaptação social.
Sermos quem somos, implica também a
consciência que somos seres em permanente construção e crescimento, o que
requer um exercício vital de curiosidade, questionamento, descoberta e
experimentação.
Apesar dos condicionalismos externos e das
responsabilidades inerentes aos vários contextos que habitamos, importa não esquecer
que é neste espaço de liberdade individual que podemos descobrir novas facetas
de nós mesmos.
Uma das principais dificuldades
experienciadas reside em explorar e em viver este espaço, quer seja por medo do
julgamento do exterior ou por receio de abraçar um novo desafio.
No entanto, é quando saímos da repetição
e nos desafiamos do ponto de vista intelectual, físico, social, profissional ou
artístico, como quem se lança no novo e desconhecido, que podemos desconstruir e
reconstruir as “nossas verdades”, expandirmos o nosso ser e ficarmos mais perto
de sermos quem realmente nos podemos tornar.
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