Felizmente cada
vez se fala mais sobre o ser humano como um todo e sobre a importância da saúde
mental. A saúde mental é a base do bem-estar geral. É este o sentido da
expressão “mente sã em corpo são” ou, noutra formulação, que “não há saúde sem
saúde mental”.
“Para todas as
pessoas, a saúde mental, a saúde física e a social são fios da vida
estreitamente entrelaçados e profundamente interdependentes. À medida que
cresce a compreensão desse relacionamento, torna-se cada vez mais evidente que
a saúde mental é indispensável para o bem-estar geral dos indivíduos, das
sociedades”. (OMS, 2002)
Contudo, ao mesmo tempo, um recente estudo de Thomas Curran e Andrew Hill, publicado no Psychological Bulletin, concluiu que o perfecionismo está em ascensão. Os autores, ambos psicólogos, concluem que "as recentes gerações consideram os outros mais exigentes, são mais exigentes com os outros e são mais exigentes consigo mesmos". Na cultura atual em que se venera a competição, desencoraja-se a cooperação e potencializa-se a individualidade, promove-se a ambição e atribui-se valor pessoal à realização profissional. Não surpreendentemente, as sociedades orientadas por esses valores tornam as pessoas mais críticas e mais ansiosas face à possibilidade de serem julgadas.
Sendo assim,
será que andamos a correr para o sentido oposto do que sabemos que é o saudável...?
Os níveis de burnout, depressões e ansiedade na nossa sociedade demonstram que
sim. Apesar de sabermos da importância de momentos de lazer, dos momentos de
desligar, cuidarmos de nós de forma consciente e estarmos em contacto com as
nossas emoções, as exigências profissionais e sociais parece que tendem em levar
vantagem... O que falta para colocarmos a nossa saúde e bem-estar em primeiro
plano? Quanto melhor nos sentirmos connosco, quanto maior o nosso bem-estar,
maior será a nossa produtividade no trabalho e melhor serão as nossas relações
com os outros (família, amigos e colegas). O que nos leva ainda a pensar que a
saúde mental não é assim tão importante? Ou que a falta desta só acontece aos
outros? Ou que não é necessário fazer nada para a ter/manter...?
Existem inúmeros
problemas físicos e consequentemente doenças, que vão sendo desenvolvidas tais
como as tensões musculares acumuladas durante muito tempo. Por exemplo, duas
situações muito comuns: dor de costas / dor de cabeça e problemas gástricos.
Muitas pessoas nestas situações procuram solução farmacológica e procuram forma
de deixar de sentir dor e incómodo. Totalmente de acordo, procurar formas de
aliviar o mal-estar é essencial... mas e se em parte formos nós a criar esse
mal-estar? E se forem as nossas estratégias de lidar com o stress que não estão
a ajudar? E se for a nossa mente que ao estar sempre ativa para fazer mais e
melhor, preocupada e em alerta, não permitir o corpo relaxar? A ligação é
direta, Mente em alerta – Corpo em tensão. Então porque não olharmos para a
nossa mente e procuramos compreender melhor o que está a acontecer? Porque não
gastar (investir) algum tempo a olhar para dentro, e permitirmo-nos a compreender
o que realmente sentimos? Porque não procurar formas e estratégias saudáveis e mais
funcionais para apaziguar essa mente? Essencial para o nosso equilíbrio e
estabilidade!
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