Quase de certeza
que a maioria das pessoas já passou por esta situação, ou conheceu alguém que
tenha passado.
- “Então mas não
achas que te estás a envolver demasiado cedo com alguém? Devias fazer mais
tempo o luto da relação!”
- “Mas não estás
a amamentar com leite materno? Não sabes dos benefícios? Tens mesmo que tentar,
não podes desistir!”
- “Mas vais ver
que as coisas passam... ele pode andar assim um pouco violento e agressivo, mas
vocês já estão casados há tanto tempo, ele deve andar aborrecido com o
trabalho, vais ver que isso passa e não te vai bater mais”
- “Mas ela
mentiu-te? Eu jamais perdoaria! Nem queria perceber as razões...”
- “Dizias tanto
que o amavas e dois dias depois já estás na farra!”
- “Não podes
passar o fim-de-semana inteiro fechado em casa, tens que sair e conhecer
pessoas”
Muitas vezes os
comentários e as opiniões que as pessoas que estão ao nosso redor nos dão, podem
não ajudar, por vezes até podem fazer exactamente o contrário: confundem-nos,
colocam-nos em baixo, pressionam e/ou culpabilizam-nos. Com certeza que a ajuda
bem-intencionada, e bem direccionada é um apoio; mas quando é mal direcionada
pode-se transformar em algo muito frio, duro e destruidor da autoestima. Alguns
comentários são profundamente injustos. As pessoas esquecem que não têm o
direito de julgar como nos sentimos.
As pessoas podem
fazer comentários com o intuito de mostrar que se preocupam, e que por isso
dizem o que acham que nos “poupará” de algum sofrimento, mas não nos podemos
esquecer que o nosso mundo emocional é muito sensível às nossas condições específicas.
Assim, nem nós nem os outros têm o direito de julgar a forma como as pessoas se
sentem.
E que tal
pensarmos que as emoções não nos tornam melhores nem piores, e que a forma como
agimos, muitas vezes, pode não estar tão coerente assim com a forma como nos
sentimos? Como é aceitarmos que cada momento nos pode despertar uma determinada
emoção e que podemos fazer algo diferente do que a maioria das pessoas
esperaria? Como é valorizarmos a pessoa que partilha a sua opinião e
comentário, ao mesmo tempo que valorizo a minha decisão?
Como é aceitarmos
que as pessoas que gostam de nós gostariam de nos orientar à sua forma? E como
é manifestarmos esse agradecimento ao mesmo que tempo que explicamos que temos
uma outra maneira de ver a situação? E que na verdade essa situação é nossa,
faz parte das nossas experiências, e mesmo que seja para falhar... Talvez seja porque
necessitamos de cometer esse erro para podermos aprender?
Por decisão pessoal, a autora do texto não
escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.
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