Sentir-me feliz, sentir-me
agradecida e próxima das pessoas que gosto, desejar Boas Festas com um sorriso
e alegria, sentir-me entusiasmada pelos dias de reunião e união familiar parece
ser o que é suposto nestes dias. Mas e quando isso não acontece?
Estamos em época de Festas e com
estas há a pressão e há quem sinta que é obrigado a sentir-se feliz. Mas qualquer
obrigação pode oprimir, e esse sentimento criado pode ser ainda pior do que apenas
a ausência dessa felicidade.
Há quem diga que o Natal é a sua
época preferida do ano, contudo também há quem identifique esta época como uma
das mais difíceis, mais stressantes ou mais tristes.
O mais habitual quando se fala da
“depressão no Natal” é que esta seja de duração breve, durando algumas semanas
e, em muitos casos, termina quando se retorna à vida quotidiana. Contudo, será
importante perceber os motivos que estão por detrás da depressão no Natal.
Existem situações que nos tornam
mais suscetíveis a este estado, nomeadamente contextos de vida marcados por perda
de pessoas significativas, doença, divórcio, desemprego, acidentes pessoais ou
de familiares e amigos, estar institucionalizado, conflitos e zangas com os
amigos ou com familiares, ausência pela distância e a pressão social devido à
excessiva comercialização do natal, com foco nos presentes e nas atividades
sociais.
Além destas razões que podem
influenciar o nosso estado anímico na quadra natalícia, a aproximação do final
do ano poderá também levar a um confronto com o que ficou por resolver nesse
ano, pelo facto de projetos e objetivos não terem sido realizados. O confronto
com a não concretização das metas estipuladas pode gerar ansiedade e até mesmo
um estado de tristeza, pode haver um sentimento de fracasso.
De forma a gerir estes sintomas,
poderá ajudar não se obrigar a mudar o seu estilo de vida, mantendo as rotinas
que o apaziguam, e não viver em função das festividades e daquilo que é
idealizado pelos outros. Poderá sempre criar a sua própria tradição de Natal de
acordo com o que lhe faz sentido.
Também é importante fazer-se uma gestão
de expectativas, quebrando as irrealistas de um natal perfeito e envolver-se em
cada momento da melhor forma possível. Procurar programas que permitam combater
a tendência para o isolamento e reduzir os temas de conversas negativas.
A tristeza, a ansiedade, a nostalgia
são emoções e sentimentos que devem ser vividos, aceites e integrados, de modo
a que possamos desfrutar do que existe para além deles. Por ser Natal não
significa que temos que anular estas emoções e sentimentos. Porque fazemos
isso? Porque achamos que não é suposto? Porque achamos que todos os outros
estão felizes e apenas nós não? Aqui entra o perigo da comparação e do que
vemos nas partilhas das redes sociais e nos anúncios publicitários. A
comparação com o que é suposto, de acordo com as representações de um natal
perfeito, pode criar o sentimento de frustração, desânimo e a sensação de vazio
e não pertença.
Para os mais próximos é
importante procurar respeitar as pessoas pelo que estão a sentir e não forçar
nada, a validação é o mais importante.
Na verdade não temos que ter
todos a mesma disponibilidade para as festividades e é essencial respeitar,
empatizar e apoiar as decisões e vontades das pessoas à nossa volta. Não somos
pessoas iguais, não sentimos as coisas de forma igual.
Caso este mal-estar, tristeza e
desânimo persistem e interfira com a sua qualidade de vida, é importante cuidar
de si e procurar uma especialista. Procure um psicólogo!
Desejos de Saúde psicológica,
Respeito entre todos e Empatia!
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