Na
semana passada assinalou-se no dia 3 de Dezembro o Dia Internacional da Pessoa
com Deficiência, que visa promover uma maior compreensão dos assuntos relativos
à deficiência e a mobilização para a defesa da dignidade, dos direitos e do
bem-estar destas pessoas.
Apesar
do paradigma atual assentar numa lógica de inclusão, em muitos contextos continuam
a verificar-se práticas de exclusão e de discriminação, sobretudo porque a
deficiência não é entendida numa lógica de diversidade. O preconceito inerente
ao que é diferente, acaba por constitui-se como um obstáculo ao estabelecimento
da relação e ao conhecimento daquela pessoa no seu todo que é rotulada e
definida pelas suas limitações. Este não é o caso de Maria, a protagonista da curta metragem de animação “Cordas”
cuja aceitação incondicional do seu novo colega de turma que sofre de paralisia
cerebral não deixa ninguém indiferente.
Apesar
de ver as limitações do amigo, Maria não desiste e faz de tudo para que ele se
divirta e consiga brincar. Readaptando e recriando jogos e atividades, Maria
celebra a vida do amigo e a força do vínculo afetivo que é estabelecido é de
tal ordem transformador para ambos que irá marcar e mudar as suas vidas para
sempre.
“Cordas”, ganhou o Prémio Goya em 2014, na categoria de
Melhor Curta Metragem de Animação. O filme foi inspirado nos
filhos do seu criador, Pedro Solís, que tem uma filha muito ligada ao irmão com
paralisia cerebral. Nos agradecimentos, o diretor Pedro Solís dedica o
filme à sua filha, por ter inspirado a realização da obra; ao seu filho, que
ele desejaria nunca ter inspirad o trabalho; e à esposa, Lola, por todas as
vezes em que ela não chorou na sua frente. Solís deixa ainda a mensagem: há
cordas que não amarram, mas antes libertam.
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