Provavelmente já passámos por esta
situação ou conhecemos algumas pessoas que já possam ter passado. Aquela pessoa
calma, tranquila, sempre de bem com os outros, dedicada e prestável... De repente
há um dia em que grita e diz palavras agressivas a alguém... O que poderá levar
a uma pessoa que está bem a ter um acesso de fúria? Até podemos compreender
quando é uma situação isolada, estava num mau dia... Mas, e quando isso começa
a acontecer com frequência? Por norma as pessoas à sua volta não percebem, e a
própria pessoa sente-se culpada... Mas sente que não se consegue controlar. O
que poderá estar por detrás disto?
Muitos de nós engolimos sapos para
não nos chatearmos, para evitar conflitos e discussões ou porque temos receio
que as relações se alterem e as pessoas fiquem aborrecidas e zangadas. Contudo,
ao não exteriorizarmos as nossas opiniões, sensações, emoções e pensamentos,
muitas vezes criamos uma tensão interna, porque vão ficando demasiadas questões
acumuladas. E mesmo que digamos para nós próprios que é o melhor, o não dizer
nada, não deixamos de ficar com essa acumulação só porque não queremos, e por
mais que tentemos não pensar nisso... esse mal estar, essa frustração, essa
tristeza acaba por sair de alguma forma. E muitas vezes de forma
imprevisível...
Contudo, é um indicador de que alguma
coisa não está a correr bem e que é preciso mudá-la, podem ser problemas nos
relacionamentos pessoais, sejam familiares, amorosos ou amizades, ou
profissionais. Ao percebermos o que nos está a acontecer, permite-nos parar e
reflectir sobre o que não está bem e aprender mais sobre as nossas próprias
emoções. Identificar os primeiros sinais do aparecimento da fúria e raiva,
possibilita detê-la antes que cresça.
O primeiro passo é percebermos o que
nos está a acontecer e querer mudar o que nos cria esse mal-estar e frustração.
Contudo, essa tarefa pode ser a mais difícil, porque algumas das vezes podem
ser situações que estão a ser vividas há muito tempo e mudá-las requer realmente
uma atitude decidida. Depois se assumirmos que queremos essa mudança é possível
aprender a gerir a raiva e melhorar a própria vida e a dos que nos rodeiam.
Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.
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